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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Após o fim do embargo da carne brasileira na China, o preço do boi para consumo interno disparou e bateu recorde no Brasil. A arroba (15kg) atingiu recorde diário de R$ 343 e recorde de média mensal em janeiro de R$ 338,46. Trata-se do maior valor para o indicador desde o início da série histórica do Cepea (Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação), iniciada em 1994.
No mesmo período, as exportações de carne bovina do Brasil avançaram 31% em janeiro deste ano, com os embarques para o principal comprador, a China, após um embargo de mais de 90 dias encerrado em dezembro de 2021. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), foram exportadas 140,5 mil toneladas da proteína in natura no mês passado.
"A gente observou os preços retomando o patamar mais alto desde dezembro. Após a volta da China, em meados de 14 de dezembro, a arroba começou a escalar. Com as exportações mais aquecidas em janeiro, a arroba do boi gordo atingiu preços recordes acima dos R$ 340. As exportações tiveram papel importante para a valorização da arroba", afirma Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador de pecuária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Em dezembro, período de demanda sazonalmente mais aquecida para o setor de carnes, o volume de exportação da proteína bovina do Brasil atingiu 150,9 mil toneladas. Deste total, somente 6,79 mil toneladas foram para o mercado chinês, contra 88,635 mil um ano antes, segundo o Ministério da Agricultura.
A suspensão temporária de importações da China foi motivada por dois casos atípicos da doença EEB (encefalopatia espongiforme bovina), conhecida como "vaca louca". O retorno ocorreu meses após a confirmação científica de que os casos não traziam danos ao rebanho, por serem de geração expontânea e não contaminação.