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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL - Após fechar 2021 com a maior alta anual em seis anos, a inflação oficial de preços subiu 0,54% em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da maior alta para o mês desde 2016.
Apesar da desaceleração em relação ao salto de 0,73% registrado em dezembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresenta variação de 10,38% no acumulado dos últimos 12 meses, valor 0,32 ponto percentual maior do que o contabilizado ao fim do ano passado.
Para este ano, a meta definida pelo CVM (Conselho Monetário Nacional) para o índice oficial de preços é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (de 2% a 5%). Na tentativa de convergir o IPCA para a meta, o BC (Banco Central) tem apostado na alta da taxa básica de juros, que voltou aos dois dígitos, a 10,75% ao ano, na semana passada.
Em janeiro, o salto dos preços foi influenciado, principalmente, pelos preços de alimentos e bebidas (+1,11%), com alta de 1,44% dos itens que integram a alimentação dentro de casa. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, avançou 0,25% no mês.
As carnes (+1,32%) e as frutas (+3,4%) aparecem entre os principais destaques para a valorização dos alimentos no mês passado, embora a alta tenha ocorrido em ritmo menor do que a apurada em dezembro,
Também contribuíram para a alta significativa os preços do café moído (+4,75%), que subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (+27,64%), a cebola (+12,43%), a batata-inglesa (+9,65%) e o tomate (+6,21%). Por outro lado, os principais recuos do grupo foram registrados nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).
A alta em ritmo menor do IPCA em dezembro foi guiada pelos itens relacionados aos transportes, grupo com maior peso do IPCA, que recuou 0,11%, após subir 0,58% em dezembro.
O recuo é consequência, sobretudo, da queda nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além da gasolina (-1,14%), houve queda nos preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%).
O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Outros destaques negativos foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%). “Os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro, ajudam a entender o recuo nos preços em janeiro”, afirma André Filipe Almeida, analista responsável pela pesquisa.
Em habitação (+0,16%), os preços também desaceleraram em relação a dezembro (+0,74%), principalmente por conta do recuo da energia elétrica (-1,07%), embora ainda permaneça em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 à conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Em janeiro, os preços do gás de botijão (-0,73%) recuaram pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão acumula alta de 31,78%.
Entre os demais grupos, a maior variação veio de artigos de residência (+1,82%), com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (+2,86%), mobiliário (+2,41%) e TV, som e informática (+1,38%), cujos preços aceleraram em relação a dezembro.