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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL - A restrição da oferta de petróleo pela Rússia, após os conflitos com a Ucrânia, provocou aumento no preço do barril e pode ter reflexos no Brasil. No Distrito Federal, a estimativa do Sindicombustíveis é de uma alta de R$ 0,83 no preço do litro da gasolina e de R$ 1 no litro do diesel.
Depois da invasão pela Rússia, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, a oferta do produto diminuiu mundialmente, o que elevou o preço no mercado.
"Não sabemos se a Petrobras fará isso ou não, não sabemos até quando ela vai segurar os preços. Se a Petrobras repassar essas diferenças para a distribuidora, que repassará ao revendedor, será inviável segurar a diferença de R$ 1 ou R$ 0,83 no preço dos combustíveis", afirma o presidente do Sindicombustíveis do DF, Paulo Tavares.
Se o reajuste se confirmar, o preço da gasolina na capital federal pode chegar a R$ 7,56. A média atual é de R$ 6,73. No caso do diesel, o valor nas bombas chegaria a R$ 6,59, frente aos R$ 5,59 cobrados atualmente.
O último reajuste aplicado pela Petrobras foi em 12 de janeiro. Procurada pelo R7, a estatal afirmou que "não comenta ou antecipa futuros reajustes". A política de preços praticada pela empresa acompanha a variação internacional do valor do barril, que nesta quarta-feira (2) chegou aos US$ 110, um reflexo da escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia.
A alta acontece em parte porque países ocidentais impuseram embargos econômicos na tentativa de pressionar os russos a abandonar os ataques em território ucraniano.
"Se começa a acontecer uma restrição na oferta da Rússia para o mercado europeu, ele tem que buscar petróleo em outros lugares, e começa a ter uma competição pelo petróleo fora da Rússia. E tem essa pressão de preços com a oferta mais limitada", ressalta o professor de administração e ciências econômicas do Iesb Renan Sujii.
Ele afirma que com a alta no mercado internacional do preço do petróleo é natural que haja impactos no preço do combustível no Brasil. O país é influenciado pelo preço do petróleo e a cotação do dólar, que também registrou elevação nos últimos dias.
Para Sujii, os valores devem aumentar nas bombas, mas o reajuste não deve cobrir totalmente a defasagem entre o preço praticado no país e o valor internacional. Essa diferença é estimada em R$ 0,70 por litro de combustível.
"É muito forte esse aumento. A gente tem visto historicamente reajustes mais escalonados, com valores menores, que vão subindo ao longo do tempo, e não tudo de uma vez", ponderou o especialista.