Fundado em 11/10/2001
porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: Indicador responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de aluguel vigentes no Brasil, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) perdeu ritmo ao subir 1,74% neste mês de março, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com a desaceleração em relação ao avanço de 1,83% apurado em fevereiro, o índice apresenta ganho de 14,77% no acumulado dos últimos 12 meses, percentual que será usado para reajustar as locações com vencimento no mês de abril. No primeiro trimestre, o IGP-M subiu 5,49%.
Na prática, os inquilinos que pagam atualmente um aluguel de R$ 1.200 terão que desembolsar R$ 1.377,24 (+R$ 177,24) todos os meses para continuar morando no mesmo imóvel. Para evitar o peso no bolso, especialistas recomendam a renegociação com o proprietário do imóvel.
O resultado mantém a trajetória de queda dos acréscimos atrelados ao IGP-M iniciada em maio do ano passado, quando os contratos de aluguel com aniversário no mês de julho foram reajustados em mais de 37%.
O coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, afirma que a alta foi indicador foi influenciada pelo salto dos combustíveis nas refinarias, que resultaram em inflação ao produtor e ao consumidor.
Diante da escalada do principal indicador responsável pela oscilação dos contrados de aluguel no Brasil, algumas imobiliárias passaram a utilizar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial, para reajustar os novos contratos de locação.
O tema é defendido por um grupo de entidades que representam lojistas de diversos segmentos que entraram com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a alteração. Uma proposta de mudança também foi apresentada na Câmara, mas esbarra no interesse dos shoppings, de financeiras que administram fundos imobiliários e do governo.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.