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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL - A produção industrial brasileira reverteu parte do desempenho negativo apurado em janeiro e aumentou 0,7% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo com o resultado positivo, o setor permanece 2,6% abaixo do patamar de antes do início da pandemia. Também está 18,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Somente no mês de janeiro, o segmento encolheu o 2,4%, com queda da produção em 10 dos 15 locais pesquisados pela PIM (Pesquisa Industrial Mensal). Com as variações, a indústria acumula queda de 5,8%. Em 12 meses, o setor apresenta alta acumulada de 2,8%.
Para André Macedo, gerente responsável pela pesquisa, os resultados não são surpreendentes, já que os meses de janeiro são caracterizados pela redução de jornadas de trabalho e pelo movimento maior de férias coletivas. "Em fevereiro, há o retorno normal ao trabalho, que impulsiona a produção do mês", destaca ele.
Macedo observa ainda que, apesar do resultado positivo em fevereiro, a indústria acumula queda de 4,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior e recuo de 5,8% no acumulado de 2022. A taxa positiva no acumulado em 12 meses indica perda de intensidade, que ocorre desde agosto.
“Dois anos após o início da pandemia, a indústria ainda está abaixo daquele patamar. Isso pode ser explicado pelo desarranjo das cadeias produtivas, já que as indústrias ficaram com dificuldade de acesso a matéria-prima e insumos. Pelo lado da demanda doméstica, há inflação alta, juros em elevação, mercado de trabalho ainda com contingente elevado de trabalhadores fora dele e a massa de rendimento que também não avança. São características que ajudam a entender esse cenário da indústia”, aponta Macedo.
O avanço da indústria em fevereiro contou com o aumento da produção em todas quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, as influências positivas mais importantes vieram das indústrias extrativas (5,3%) e de produtos alimentícios (2,4%).
Macedo explica que o desempenho positivo do setor extrativo ocorre devido à queda de 5,1% apurada em janeiro, em razão do maior volume de chuvas em Minas Gerais, o que prejudicou a extração do minério de ferro.
"Com a normalização das chuvas, houve uma regularização da produção. Já o setor de alimentos teve seu quarto mês positivo de crescimento, acumulando no período ganho de 14%. Em fevereiro, os destaques foram a produção de açúcar e carnes e aves, dois grupamentos importantes dentro do setor de alimentos”, avalia ele.
Outras contribuições positivas vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (12,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,2%), metalurgia (3,3%), bebidas (4,1%), outros equipamentos de transporte (15,1%) e produtos de borracha e de material plástico (2,9%).