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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
BRASIL - Os presentes e serviços mais procurados para o Dia das Mães dispararam 9,1% nos últimos 12 meses. O patamar, pouco abaixo da inflação geral acumulada no período (+10,4%), é o maior para a cesta desde 2003 (+10,8%).
O estudo realizado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a partir de 31 itens, mostra que os serviços foram os protagonistas da inflação para as mães no último ano, com alta 13,8% no período.
Entre os itens individuais, a maior variação foi apurada no preço das passagens aéreas, que quase dobraram no acumulado dos últimos 12 meses (+72,8%). Também na cesta de serviços, restaurantes (+8,1%), hotéis (+5,7%), excursões e tours (+4,5%) e salões de beleza (+4,2%) sofreram aumentos abaixo da inflação geral.
As atrações culturais aparecem como uma das melhores opções de programa com a mãe, com seus preços perto da estabilidade em relação ao ano passado. Shows (+0,1%), cinemas (+1,3%) e teatros (+1,4%) ainda apresentam reajuste bem tímido na medida em que as atividades retornam à normalidade pós-pandemia.
Matheus Peçanha, pesquisador do Ibre, avalia que a retomada pós-pandemia tem um papel importante nessa dinâmica de preços dos produtos amplamente consumidos na data comemorativa.
“O setor turístico apresentou um incremento na demanda que estava reprimida desde a pandemia da Covid-19, e os preços estão refletindo isso. No caso dos restaurantes, ainda há o agravante do custo dos alimentos, que tem sido o foco da inflação recente”, explica ele.
Entre os produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta de 22 bens duráveis e semiduráveis teve um crescimento médio de 4,25%. As maiores altas vieram principalmente dos eletrodomésticos e do setor têxtil: cama, mesa e banho (11%), geladeira e freezer (+8,7%), máquina de lavar roupas (+7,5%), micro-ondas (6,7%) e roupas femininas (6,6%).
Por outro lado, os menores aumentos ficaram na conta da linha marrom e alguns bens semiduráveis: perfume (0,1%), computadores e periféricos (0,3%), celulares (0,6%), artigos de maquiagem (0,9%) e fogão (2%).
De acordo com Peçanha, os preços dos itens parecem apresentar uma situação de "inércia", após um período difícil para o custo da indústria de bens duráveis com as commodities (matérias-primas com cotação internacional) metálicas acumulando sucessivos aumentos em 2020 e 2021.
"A matéria-prima alcançou um patamar de estabilidade, mas nem isso e nem os benefícios tarifários proporcionados pelo governo parecem surtir efeito para segurar a ainda persistente volatilidade nos preços ao consumidor final”, avalia o economista.