O mercado reagiu particularmente mal nesta segunda-feira a especulações sobre medidas que podem ser tomadas pelo governo Lula e à falta de definição da equipe econômica. Como resultado, o real teve o pior desempenho contra o dólar entre as 151 moedas acompanhadas pela Bloomberg, com a moeda americana se valorizando cerca de 2% no dia, cotada a R$ 5,16. O movimento interrompeu a sequência de seis sessões consecutivas de ganhos do real.

O anúncio de Henrique Meirelles de que não é candidato ao Ministério da Fazenda, além de rumores de que Fernando Haddad, Alexandre Padilha ou André Lara Resende podem estar à frente da pasta no ano que vem, preocuparam os investidores. Declarações de nomes cotados para a equipe de transição defendendo uma licença para gastos extras de R$ 200 bilhões também contribuíram para a aversão a risco no dia.

A curva de juros futuros abriu 20 pontos-base (taxas mais altas) nos vencimentos intermediários e longos, indicando receio dos investidores com o combate à inflação e à estabilidade fiscal no longo prazo. Na contramão do exterior, a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em queda de 2,42%, aos 115.298 pontos, na maior desvalorização diária desde a sessão que sucedeu o Bob Jeff Day. Apenas sete das 92 ações que compõem o Ibovespa não terminaram o dia no vermelho.

No exterior, bolsas de Wall Street fecharam em alta de 0,97% para o S&P 500 e 0,85% na Nasdaq. Na semana, os norte-americanos ainda esperam pela divulgação de dados de inflação no país, o que pode mexer nas perspectivas de juros por lá.