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porto velho, sexta-feira 27 de setembro de 2024
Ao menos nove influenciadores promoveram um site falso que usa o nome da loja Shein e induz usuários a um golpe bancário. Nas "publis", como são conhecidos os posts publicitários nas redes sociais, eles afirmam que é possível ganhar dinheiro ao avaliar roupas da marca.
A Shein afirmou que não é responsável pela campanha, ao qual considerou uma fraude. A empresa disse que tomou as medidas legais cabíveis sobre o uso indevido de sua marca e recomendou que nenhum consumidor se cadastre no site.
Pétala Barreiros, Yanka Barreiros, Nadja Pessoa e Jéssica Amaral publicaram um link para o site falso. Na internet, também circulam registros em que a ex-BBB Kerline e os influenciadores Davi Mateus, Victória Azevedo, Mariana Menezes e Emily Garcia comentam a suposta crise na loja.
Alguns citam a Shein, enquanto outros dizem apenas que "grandes marcas estão falindo". Em alguns vídeos, eles afirmam que é possível ganhar R$ 1 por peça avaliada.
Os nove perfis têm entre 210 mil e 5,4 milhões de seguidores no Instagram. O site entrou em contato com os influenciadores, mas eles não responderam.
Nos vídeos, os influenciadores dizem que um novo aplicativo seria uma estratégia das marcas para se recuperar de uma suposta crise causada por coleções que não tiveram bons resultados. Eles também causam uma sensação de urgência ao dizer que há poucas "vagas" disponíveis para o suposto app.
Mas não há nenhum aplicativo. O link divulgado leva para um site que induz usuários a pagarem uma taxa que supostamente dá direito aos pagamentos por avaliações e a informarem dados pessoais e bancários.
Dois sites aparecem nos vídeos: um é o Money Looks, pelo qual os influenciadores demonstram as supostas avaliações das roupas; o outro é o Segredo Dinheiro, também usando a marca Money Looks, mas é o único acessado por quem clica nos botões incluídos nos vídeos. Nenhum dos endereços é da Shein.
O Registro.br, que administra domínios de site com final .br, aponta que o proprietário do primeiro é Samuel Lago Fogaça. O SITE não conseguiu contato com Samuel. Não foi possível verificar quem é o dono do segundo endereço.
Segundo especialistas ouvidos pelo g1, é possível seguir algumas dicas para não cair em golpes como esse:
Para Hiago Kin, presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, os golpes se propagam porque alguns influenciadores recomendam aplicativos e sites indiscriminadamente.
"A estratégia se aproveita da falta de preparo e da irresponsabilidade destes influencers e até de agências de representação que os auxiliam na negociação das postagens publicitárias", afirma.