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porto velho, sábado 5 de abril de 2025
Na alta sociedade paulistana, não basta possuir muito dinheiro. É preciso ter um sobrenome tradicional e uma ascendência com parentes ilustres.
A pessoa que não apresenta tais credenciais pode até ser incorporada ao grupo, porém, corre o risco de jamais se sentir verdadeiramente incluída.
Foi o que aconteceu com Gabriela Prioli. À primeira vista, ela parece uma ‘patricinha’ de alguma família quatrocentona de São Paulo.
“Vim da Vila Mangalot”, contou no videocast Platitudes, realizado com o historiador, filósofo e também apresentador Leandro Karnal.
A Mangalot fica na zona norte da capital paulista. ‘Do lado de lá do rio’, como se diz. Não é um bairro pobre, mas está longe de ter a riqueza e o glamour dos Jardins, de Higienópolis, do Itaim e da Vila Nova Conceição, redutos de quem ‘nasceu em berço de ouro’.
Mesmo com a aparência europeia hiper valorizada no Brasil, Prioli sentiu na pele o julgamento de quem a considerava não merecedora de frequentar os ambientes mais caros e chiques da cidade.
“Quando eu comecei a circular – porque comecei a namorar o Thiago (Mansur, DJ) – entre a elite paulistana, eu me lembro de sentir dor no corpo de tão envergonhada que eu ficava por perceber que as pessoas tinham um discurso, que me excluíam o tempo inteiro”, contou.
“Parece de propósito. ‘Você não é dos nossos, você não pertence a esse lugar’. E, hoje em dia, quando eu estou nos espaços de pessoas que têm muito dinheiro, faço questão de o tempo inteiro falar ‘eu venho da Vila Mangalot, esse é o lugar que eu venho, a minha vida era assim, o que a gente faz é isso’.”
A apresentadora defende a reação imediata de quem seja vítima desse preconceito. “Se, por acaso, você já sentiu essa vergonha financeira, não permita que esse bando de gente medíocre, infeliz e tapada piore a sua situação. Tenha orgulho daquilo que você faz. Viver com privação de dinheiro não é vergonha.”