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porto velho, quinta-feira 2 de janeiro de 2025
BRASIL - Elaine Soares Bastos, viúva de Paulinho, vocalista do Roupa Nova que morreu em dezembro do ano passado, passou o último ano reclusa dentro de casa e lutando contra um quadro forte de depressão. Em entrevista exclusiva ao R7, ela falou sobre o impacto da morte do artista, o legado dele e o processo de fertilização in vitro. A advogada confirma que tem autorização para uso de material genético congelado do músico e que pretende engravidar dele.
"Foi o pior ano da minha vida. Eu continuo de luto até hoje. Não saí de casa durante o ano inteiro. Ele era o meu melhor amigo, o meu parceiro, o meu companheiro. Dividíamos tudo, e, após o falecimento dele, eu fiquei sem chão. Ele era o meu suporte, e eu era o suporte dele. Nós vivíamos um para o outro. Morávamos sozinhos, e eu continuo morando no apartamento. Estou me tratando, porque abalou muito o meu emocional. Que está abalado ainda. Estou fazendo uma força danada para não chorar. Hoje eu estou reclusa", contou.
A viúva também lembrou como foram os últimos momentos com o marido. "Há um ano, eu estava com ele no CTI. Mal eu saí do CTI, cheguei em casa e o médico ligou avisando. Eu era o suporte do Paulinho. Paulinho não fazia absolutamente nada, nem tomava um comprimido se não me perguntasse se podia. Isso se chama confiança. O ano para mim está muito difícil. Aliás, eu acho que até o resto da minha vida. Jamais um amor de verdade termina com a partida de alguém. Um amor de verdade se eterniza."
Mesmo com os fortes efeitos da quimioterapia, por conta do tratamento de um câncer linfático, o músico não deixava de lado o trabalho. "Mesmo havendo uma mucosite, que é um dos efeitos colaterais da quimioterapia, ele ia cantar. Ele viajava. Às vezes ele não conseguia dar a nota alta que precisava dar, como sempre deu, justamente porque tinha medo. Ele estava inseguro, e tinha medo de engasgar. De acontecer alguma coisa devido a essa mucosite."
Para Elaine, o legado deixado pelo companheiro é muito maior que a música. "Ele não deixou só a voz maravilhosa. Inesquecível e insubstituível. Ele deixou amor. Ele deixou humildade. Eu nunca vi uma pessoa tão pura, tão desprovida de interesse. Eu nunca vi uma pessoa tão profissional. Que queria trabalhar até quando estava em processo quimioterápico."
Por fim, a advogada revelou que precisou dar um tempo com o tratamento de viabilização da gravidez. De acordo com ela, os remédios para a depressão não podem ser associados com algumas injeções necessárias para o processo de fertilização in vitro. No entanto, a viúva não desistiu da ideia, e deve retomar o sonho quando estiver melhor de saúde.
"Em relação ao processo de fertilização in vitro, continua de pé. Eu dei uma interrompida no tratamento porque tenho que tomar algumas injeções. Como estou fazendo uso de algumas medicações devido à minha depressão, porque eu tive uma depressão muito forte, que eu só dormia e ficava em casa, não poderia misturar. Mas continua de pé", completou.