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porto velho, domingo 10 de novembro de 2024
Abatido, Tite não teve como disfarçar o óbvio.
Ele ouviu muito bem o coro de palavrão no intervalo.
“Claro que dói no lado humano, mas o lado da experiência também mostra que, quando você produz bem, as reações do torcedor são compatíveis com o amor ao clube. Eu respeito muito isso, até porque vivenciei bastante. Tenho, sim, respeito quando a torcida me critica ou me vaia”, dizia o treinador, sem poder usar nenhuma frase dúbia como escudo, como adora fazer.
Ontem, não.
A um mês de completar um ano no cargo, não conseguiu organizar uma equipe vibrante, letal, que encurrale o adversário, preenchendo os espaços, trocando passes, encantando a todos.
Está cada vez mais claro que as características são incompatíveis.
Tite é especialista em times que são atacantes, que vive à base de contragolpes.
Em raros momentos, na sua longa carreira, conseguiu atacar.
O mais marcante foi nas eliminatórias para a Copa de 2018, quando enfrentou adversários muito mais fracos.
No Maracanã, ontem à noite, quase 65 mil flamenguistas mostraram o quanto estão cansados do treinador.
A partida era importantíssima, a primeira das quartas da Libertadores.
A vitória diante do Peñarol, mergulhado em problemas financeiros, era mais que obrigatória.
Mas tudo já começou errado, com o técnico tirando o melhor jogador das últimas partidas.
Léo Ortiz deixou o meio-campo e entrou no seu lugar o apenas esforçado Pulgar.
E quando o tirou, Tite colocou Alcaraz.
Outro erro descabido.
Também apostou em Alex Sandro, deixando de lado o veloz e ofensivo Ayrton Lucas.