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porto velho, sexta-feira 30 de maio de 2025
Um dia após ter sido indiciado pela Polícia Civil por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro no “caso Vai de Bet”, Augusto Melo, presidente do Corinthians, convocou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (23), na Neo Química Arena, para falar sobre a atualização na investigação.
O dirigente abriu a coletiva dizendo estar tranquilo, reafirmando sua inocência. Em seguida, passou a palavra para Ricardo Cury, seu advogado pessoal, explicar a situação.
"Convoquei essa coletiva para relatar minha indignação com esse parecer. Estou tranquilo, sou inocente, estou indignado com essa situação. Estou tranquilo, o doutor vai explicar do ponto de vista técnico. Vou mostrar que minha vida e minha trajetória são de caráter e honestidade. Todos ali no clube me conhecem e nunca tive envolvimento", disse Augusto.
"Tínhamos informado desde o último dia 13 para o delegado Tiago que o Tuma (presidente do Conselho Deliberativo) tinha convocado a reunião (votação do impeachment) para o dia 26. Nos surpreendeu porque o relatório vazou, o próprio delegado diz que em relação a uma específica pessoa ele não se pronunciaria. Se ele aguarda a habilitação de um advogado, nos surpreendeu a divulgação do relatório às vésperas da votação do impeachment", iniciou Ricardo Cury.
"O delegado optou por não ouvir pessoas novas que apareceram no relatório. Ele não escutou a UJ, por exemplo. Ele algo que, no nosso entender, é muito sério. Ele diz que o dinheiro parado teria relação com dívida de empresário de jogador, um acerto de contas. Do começo até o final do inquérito, não há absolutamente nada sobre a UJ. Como pode fazer uma conclusão dessa sem indícios?", indagou o profissional.
Ricardo Cury afirmou que o indiciamento não significa condenação, e não afeta a presunção de inocência de seu cliente.
"O indiciamento não significa condenação de ninguém, o indiciamento é feito unilateralmente pelo delegado titular do inquérito. No inquérito, a defesa não tem o direito de fazer o contraditório e a ampla defesa. Tecnicamente, o inquérito é feito de forma inquistória. Houve vazamentos graves. Indício não afeta a presunção de inocência. Há vários casos de indiciamento que sequer há ação penal", citou o advogado.
"Nós examinamos essa madurgada o relatório final do inquérito que tem mais de 100 páginas. Há um trabalho do corpo investigativo e o despacho do delegado Tiago. Não tem nada no inquérito. Não tem uma prova sequer que implique o presidente Augusto, não tem nada, nada, nada. A insinuação mais delicada...tem uma passagem do delegado sobre intermediação em que ninguém fala sobre o Augusto", falou Ricardo.