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    porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024

Torcedor é solto após pagar multa de R$ 500; Londrina busca punição por injúria racial

Lateral-direito Samuel Santos relata ofensas racistas em partida das quartas de final do Campeonato Paranaense, na Arena da Baixada


G1

Publicada em: 21/03/2022 13:53:45 - Atualizado


BRASIL - O torcedor do Athletico, Carlos Alexandre Tonin, acusado de injúria racial pelo lateral Samuel Santos, do Londrina, ficou menos de três horas preso na central de flagrantes da Polícia Civil do Paraná. Depois de ouvir o jogador e o torcedor, o delegado titular do caso estipulou uma fiança de R$ 500, paga por um amigo que acompanhava o acusado.

O atleticano foi preso por supostamente cometer ato de injúria racial contra o jogador. O ato aconteceu neste domingo, na Arena da Baixada, durante o jogo válido pelas quartas de final do Campeonato Paranaense. O Athletico venceu nos pênaltis e se classificou para a semifinal.

O caso foi encaminhado para o 2º Distrito Policial, que fica próximo a Arena da Baixada, e vai conduzir a investigação. O crime de injúria racial prevê pena de um a três anos de prisão.

    Samuel Santos e o advogado Eduardo Vargas vão continuar com a acusação e buscar medidas para a punição do torcedor.

    O Londrina também vai à Justiça por conta do caso. A denúncia contra o Athletico será baseada no artigo 243-G, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

    Como o caso é de cunho discriminatório e considerado de extrema gravidade, podem ser aplicadas as penas do artigo 170. As penas podem ser de perda de pontos, perda de mando de campo e exclusão de campeonato e torneio.

    O corpo de advogados do Londrina vai apresentar a acusação nesta segunda-feira ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR).

    Entenda o caso

    Samuel Santos discutiu com um torcedor na arquibancada quando foi cobrar um arremesso lateral. Irritado, ele disse ao árbitro que foi ofendido com gestos racistas. O caso aconteceu aos 30 minutos do segundo tempo e foi relatado na súmula.

    O jogador também alega que o torcedor o chamou de "preto vera verão", em alusão a um personagem de um programa de televisão. O árbitro relatou a ofensa na súmula da partida.

    Em nota oficial, o Londrina lamentou mais um caso de injúria racial com um atleta do clube. O meia-atacante Celsinho, que já saiu do clube, passou pela mesma situação em três oportunidades no ano passado.

    Os seguranças do Athletico, e a Polícia Militar (PM-PR) agiram rápido e retiraram o torcedor das arquibancadas. Ele foi encaminhado primeiramente para a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) e depois para a Central de Flagrantes.

    O atleta prestou depoimento no 8º Distrito da Polícia Civil do Paraná junto com seu advogado, Eduardo Vargas. Um dos seguranças presente em campo serviu de testemunha.


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