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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
Bruna Surfistinha revelou ter sido abusada sexualmente pelo próprio pai quando tinha apenas 7 anos. A revelação foi feita em entrevista à revista Marie Claire.
A ex-garota de programa foi adotada aos 5 anos de idade, mas fugiu da casa dos pais aos 17. Em pouco tempo, ela ganhou notoriedade por criar um blog contando suas experiências com a prostituição e adotou o nome Bruna Surfistinha.
16 anos após deixar a prostituição, Raquel escreveu quatro livros e foi inspiração para filmes e séries, como “Bruna Surfistinha” e “Me Chama de Bruna”.
Questionada sobre ter sofrido algum tipo de abuso sexual, Bruna Surfistinha respondeu que sim. “Eu tinha uns 7 anos e acordei com o meu pai passando a mão no meu corpo”.
“Me assustei, mas não tinha noção do que estava acontecendo e aquilo nunca mais se repetiu. Mas só entendi e elaborei isso muito recentemente. Em uma constelação familiar”, afirmou a ex-garota de programa.
“Numa dessas práticas de constelação, minha mãe adotiva não conseguia olhar para a minha mãe biológica. Parei por causa da pandemia, mas entendi, com isso, que meu pai adotivo pode ser meu pai biológico”, confessou.
“Na constelação familiar, minha mãe biológica não conseguia ficar frente a frente com o meu pai. Ele chorava e também não conseguia olhar para a minha mãe, mas com um sentimento diferente. Ele sentia culpa e ela, mágoa.”
Sobre sua mãe biológica, Rachel Pacheco acredita ser alguém próximo a família. “Pode ser uma tia materna, alguma parente próxima. Hoje percebi que, além de minha mãe adotiva não ter voz e ter se anulado, ela guardava muita coisa. “Quando fugi, talvez tenha sido um alívio, porque mais uma pessoa dessa teia foi embora da vida dela. Pode ser esse o motivo de ela não me aceitar até hoje.”
Surfistinha contou como descobriu que foi adotada. “Eu tinha 5 anos. Minha mãe estava me arrumando para a escola e do nada falou: “Preciso te contar uma coisa.”
“Foi muito violento, lembro como se fosse ontem. Aos 12 anos, esse assunto voltou à tona e meu pai me disse: ‘Se um dia você quiser saber sua história, pode conversar com a gente'”, explicou Bruna.
Na sua descrição no Instagram, Bruna Surfistinha se descreve como aquela que deu certo. Questionada, ela afirmou: “Quem é a Bruna para você hoje?’. Falei, muito espontaneamente: ‘É aquela que deu certo’. Porque consegui sair da prostituição e não são todas que têm essa oportunidade.”
Diariamente, crianças e adolescentes são expostos à violência sexual. Até abril de 2019, o Disque 100 recebeu mais de 4 mil denúncias de abuso infantil em todo o Brasil, mas sabemos que esses dados não estão nem perto da realidade, uma vez que ainda é difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real.
Tipos de abuso infantil
É importante lembrar que abuso sexual, violência sexual e pedofilia são coisas distintas. Segundo o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes:
Pedofilia: Diz respeito aos transtornos de personalidade causados pela preferência sexual por crianças e adolescentes. O pedófilo não necessariamente pratica o ato de abusar sexualmente de meninos ou meninas.
Violência Sexual: A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes é uma violação dos direitos sexuais porque abusa e/ou explora do corpo e da sexualidade de garotas e garotos. Ela pode ocorrer de duas formas: abuso sexual e exploração sexual (turismo sexual, pornografia, tráfico e prostituição).
Abuso sexual: Nem todo pedófilo é abusador, nem todo abusador é pedófilo. Abusador é quem comete a violência sexual, independentemente de qualquer transtorno de personalidade, se aproveitando da relação familiar (pais, padrastos, primos, etc.), de proximidade social (vizinhos, professores, religiosos etc.), ou da vantagem etária e econômica.