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    porto velho, terça-feira 24 de junho de 2025

“Se eu estivesse no Brasil, já estaria assassinado”, diz delegado da PF ameaçado pelo PCC

Desabafo foi enviado por Elvis Secco a amigos após reportagem revelar que corporação o mandou voltar ao Brasil


cnn

Publicada em: 29/04/2023 10:28:10 - Atualizado

O delegado da Polícia Federal (PF) Elvis Secco divulgou um desabafo a amigos em aplicativo de mensagens nesta sexta-feira (28) sobre um possível retorno do México ao Brasil, a pedido da Direção da PF, e diz que “se estivesse no Brasil já estaria assassinado, assim como a família”.

“Clonaram viatura da PF para me matar em solo brasileiro! O México nunca me ofereceu risco concreto algum, estou aqui há 2 anos sem absolutamente nada de ameaça! O México tem seus cartéis e aqui nenhuma outra organização criminosa atua!”, exclamou o delegado. (leia íntegra abaixo)

O texto foi enviado a amigos próximos após revelar que a corporação solicitou que ele volte ao Brasil e se apresente até 5 de maio na corporação.

Secco, atualmente, é adido da PF até 2024 no México e está na lista de autoridades ameaçadas de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A justificativa da corporação é que o Brasil é mais seguro do que a Cidade do México para o delegado, e ofereceu que ele entre no programa de proteção.

Pessoas próximas ao investigador ficaram preocupadas com essa solicitação de retorno e fizeram um relatório, junto a Elvis Secco, omostrando que onde estão é mais seguro para ele do que no Brasil, onde o PCC atua fortemente.

O relatório foi enviado à Direção da PF, em Brasília, que analisa o pedido para saber se realmente traz o delegado de volta ou se ele fica no México.

Alvo do PCC e ameaças

O delegado Elvis Secco é conhecido entre os policiais como um dos maiores combatentes do crime organizado no Brasil e virou alvo do PCC.

O nome dele estava na mesma lista desvendada em operação da PF, no mês passado, contra 11 integrantes da facção acusados de planejar sequestrar e matar autoridades. Entre elas, estavam como o senador e ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o promotor Lincoln Gakiya.

No inquérito, descobriu-se que o PCC tinha dados pessoais e endereços de Secco e que a facção pretendia clonar carros da PF para assassinar o delegado.

Elvis Secco foi coordenador-geral de repressão a facções na PF e a ordem de assassinato contra ele foi motivada por vingança e partiu do sócio de Marcola, Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho.

O criminoso, que está detido na Penitenciária Federal de Brasília, foi preso sob coordenação de Secco, em Moçambique, na África, há três anos.



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