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Rio de Janeiro tem sensação térmica de 52,7° C e população corre sérios perigos, afirmam médicos

Por causa do calor, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão em alerta de perigo de tempestade, conforme o Inmet


Redação

Publicada em: 13/11/2023 11:33:57 - Atualizado


O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de grande perigo para 13 estados e o Distrito Federal devido à forte onda de calor que atinge ao menos 1.100 municípios brasileiros. O alerta de grande perigo publicado pelo Inmet tem duração até às 23h59 de quarta-feira (13), ou seja, o feriado da Proclamação da República também deve ser marcado pelo forte calor e pelas altas temperaturas.

Nesta segunda-feira (13), as temperaturas devem atingir os 40 °C em Campo Grande e Cuiabá. Já em São Paulo, os termômetros devem atingir 37 °C no período da tarde.

Rio tem sensação térmica de 52,7º

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte calor nesta segunda-feira (13) e registrou sensação térmica de 52,7° C, às 8h, em Guaratiba, bairro da zona oeste da cidade. A temperatura mais elevada do munício também foi no local, 36,4º C, às 8h30.

Riscos

Quando a temperatura está muito alta e a pessoa ainda está exposta ao sol, o corpo pode entrar num quadro de insolação, que é caracterizada pelo aumento da temperatura corporal, pele avermelhada e quente, pele seca, dor de cabeça, confusão, náuseas e até mesmo desmaios. “Essa condição é potencialmente perigosa e requer atenção imediata, pois pode levar a danos graves ao organismo e, em casos extremos, risco de morte. É fundamental buscar abrigo à sombra, hidratar-se e resfriar o corpo em casos suspeitos de insolação”, orienta.

Os especialistas explicam que também tem ainda o reflexo do ar seco na saúde. Temperatura muito alta associada ao ar seco e poluído leva ao ressecamento das mucosas, especialmente do nariz e da boca. Entre os efeitos indesejados estão sangramento nasal, dificuldade para respirar, tosse e até mesmo crises asmáticas em pessoas predispostas.

“Sempre que temos mudanças extremas de umidade do ar ou de temperatura, algumas questões respiratórias podem surgir por causa da alteração das mucosas. Por isso o ideal é tentar ficar em ambientes onde a umidade relativa do ar está adequada [usar um umidificador é uma opção] e utilizar soro fisiológico quando o tempo está muito quente e seco também ajuda a prevenir doenças respiratórias”, destacou a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Há ainda a preocupação dos infectologistas com o aparecimento de doenças infecto-contagiosas emergentes, como a dengue, que começa a surgir onde normalmente não ocorria. “Tivemos surtos de dengue no sul da Europa em lugares que não imaginávamos. Com as mudanças por causa do desequilíbrio climático talvez vamos observar o aumento de algumas doenças que dependem de vetores”, sugere a infectologista.

Temperatura extrema e mortalidade

De acordo com uma pesquisa publicada no ano passado na revista Nature, as temperaturas extremas (frio e calor) foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina. O estudo “Salud Urbana em América Latina” (Salurbal) teve a participação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de São Paulo (USP) e analisou a relação entre dias quentes e frios com a mortalidade em 326 cidades de nove países latinos.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram mais de 15 milhões de óbitos e compararam com as temperaturas ambientais diárias nas cidades pesquisadas. Uma das conclusões é de que temperaturas extremas estavam relacionadas com a mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças, que são o grupo mais vulnerável. Segundo a pesquisa, em dias muito quentes, o aumento de um grau Celsius na temperatura esteve relacionado ao aumento de 5,7% nas mortes. Ao mesmo tempo, cerca de 10% das mortes por infecções respiratórias foram atribuídas ao frio intenso.



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