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porto velho, sábado 12 de outubro de 2024
PORTO VELHO-RO: Porto Velho e Rondônia estão enfrentando uma das piores secas dos últimos anos, uma realidade que escancara a falta de políticas públicas ambientais e o uso inadequado dos recursos naturais.
A crise climática, que tem mostrado seu impacto em diversas partes do Brasil, atinge com força o Estado, trazendo à tona a falta de vigilância preventiva e a necessidade urgente de uma abordagem mais responsável e sustentável na gestão do solo e dos recursos hídricos.
Especialistas alertam que a ausência de uma política efetiva de preservação ambiental está contribuindo significativamente para o agravamento da seca. A falta de controle sobre a exploração do solo e o desmatamento desenfreado têm contribuído para a degradação de áreas naturais, reduzindo a capacidade do ecossistema de absorver e regular as mudanças climáticas. A destruição de florestas, somada à expansão da agricultura e pecuária em áreas protegidas, está acelerando a desertificação de várias partes do estado, reduzindo a umidade e comprometendo os mananciais.
A situação se agrava diante da ausência de políticas públicas eficazes que promovam o uso racional do solo e dos recursos hídricos. O resultado é o impacto direto na produção agrícola, um dos principais pilares da economia rondoniense. Com a diminuição das chuvas e o esgotamento dos reservatórios, tanto a produção de alimentos quanto a geração de energia hidrelétrica estão sendo seriamente afetadas, trazendo à tona a vulnerabilidade de um sistema que depende de práticas mais sustentáveis.
O agronegócio, uma das forças econômicas de Rondônia, tem se expandido de forma acelerada, muitas vezes à custa de áreas de preservação ambiental. Embora o desenvolvimento agrícola seja importante para o crescimento econômico, a falta de regulamentação e o uso predatório da terra estão comprometendo o futuro da região.
O desmatamento, aliado à exploração de recursos hídricos sem planejamento, coloca Rondônia em uma posição delicada, não apenas no que diz respeito à sustentabilidade, mas também em relação às suas exportações. Mercados internacionais, como o europeu, que importam proteína animal e vegetal da região, estão cada vez mais atentos à origem dos produtos e à maneira como eles são produzidos.
Sem políticas que conciliem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, o estado de Rondônia corre o risco de ver seus recursos naturais se esgotarem, e sua economia sofrer com a perda de mercados importantes. Além disso, a população local sente diretamente os efeitos da falta de gestão, com comunidades enfrentando escassez de água, dificuldades no cultivo e impactos severos na saúde pública.
A crise climática já não é uma ameaça distante, e a situação em Porto Velho e Rondônia é um reflexo de como a inação governamental diante da degradação ambiental pode agravar cenários críticos. A solução para essa crise passa necessariamente pela implementação de políticas públicas que promovam o uso racional do solo, a recuperação de áreas degradadas e a preservação dos recursos hídricos, garantindo, assim, um futuro mais sustentável para a região.