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porto velho, sábado 2 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: Como advogado, jornalista e defensor dos direitos dos cidadãos, vejo na OAB, nossa Ordem dos Advogados do Brasil, um verdadeiro farol, cuja missão central é lutar pela justiça. Este múnus público que assumimos nos confere a responsabilidade de ser a voz da população por meio de nossa advocacia. A tarefa da OAB é, sem dúvida, um fardo pesado, exigindo de nós uma atuação constante e vigilante, como guardiões à beira de uma fortaleza e do advogado como um costureiro das fraldas rasgadas da sociedade.
Estamos, muitas vezes, na linha de frente, onde os interesses dos cidadãos se entrechocam como correntes de um rio caudaloso, uns com os outros e com o próprio Estado. É nesse campo de batalha que atuamos, individualmente como advogados e, coletivamente, através da OAB. Há um papel deveras intransferível: o de agir de ofício. E este agir exige coragem e determinação, sobretudo quando estão em jogo os direitos e os interesses dos cidadãos, como ocorre diante de abusos de autoridade ou tempestades de excessos policiais.
Vejo a OAB como uma lanterna que ilumina o caminho do povo quando a luz da justiça se obscurece e os becos da injustiça se fecham em sombras densas. Foi essa instituição que ergueu seu escudo contra a Revolução de Março e os abusos cometidos pelo regime militar, recusando-se, em momento algum, a aceitar as práticas sombrias dos calabouços que sufocavam vozes ativas. Através de suas seccionais, em inúmeros estados, a OAB desempenhou um papel essencial e solidificou-se como a fortaleza na defesa dos cidadãos.
Não preciso empilhar os troféus dessa instituição para afirmar que a OAB só se manterá viva e atuante enquanto mantiver acesa a chama de enfrentar os desafios que o Brasil lhe impõe, sem baixar a guarda como vemos hoje diante de decisões superiores que aviltam o devido processo legal e ficam por isso mesmo. Deve seguir à frente, comprometida com suas atividades corporativas e com a defesa dos direitos coletivos e nunca silenciar diante de decisões arbitrárias que ferem a Carta Capital e, por tabela, os direitos daqueles que nos acorrem rogando defesa.
A inércia não é uma opção. Não a inércia portanto! A OAB sempre foi uma força proativa, uma sentinela vigilante merecedora do respeito de toda a nação. Aqui em Rondônia, acredito que ela deve ter também um rosto austero, distante de modismos passageiros como o TikTok, e focar nas questões fundamentais que afligem nossa população. Ela não deve se envolver em causas meramente particulares, como há registros, ou corporativas, em triunfo sobre seu principal mister, mas sim, preservar os avanços da modernidade, apoiar a inserção dos novos advogados no mercado, garantir as prerrogativas muitas das vezes aviltadas por magistrados e outras autoridades e com demora nas respostas, e valorizar as conquistas históricas que lhe deram a couraça respeitada que hoje ostenta.
Hoje, eu me encontro sem candidato. Sigo, no entanto, esperançoso de que a liderança escolhida para a nossa OAB em Rondônia, agora em novembro, esteja à altura destes desafios, para, enfim, honrar os princípios de grandeza que fazem dela a instituição sólida e respeitada que é.
ARIMAR SOUZA DE SÁ
0AB/RO - 1515