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porto velho, segunda-feira 6 de janeiro de 2025
BRASIL: O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (2), a oferta de 112 mil novas vagas para o Fies - Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior.
As vagas serão oferecidas em duas etapas: 67.301 no primeiro semestre e 44.867 mil no segundo. O MEC vai investir R$ 774 milhões.
Para conseguir o financiamento, o candidato não pode ter tirado zero na redação e deve ter tirado no mínimo 450 pontos no Enem.
Em 2024, a oferta de vagas do Fies foi do mesmo tamanho, mas foram assinados pouco mais de 43 mil contratos de financiamento, menos de 40% das vagas e abaixo do número contrato firmados em 2023.
Esses números incluem o Fies Social, criado em 2024. A modalidade destina 50% das vagas para alunos inscritos no CadÚnico, com renda per capita de até meio salário mínimo.
O Fies Social também inclui cotas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.
Além da sobra de vagas, o Fies enfrenta a inadimplência. As parcelas atrasadas passam dos R$17 bilhões, mesmo com renegociação da dívida oferecida pelo governo.
O programa Desenrola Fies permite negociar as dívidas e teve a adesão de mais de 383 mil estudantes em 2024, recuperando quase R$ 800 milhões.
O professor de Economia da FGV, Renan Pieri, considera que o programa não está adequado à realidade do país e que o governo precisa procurar um novo ponto de equilíbrio entre a oferta de vagas e a procura dos estudantes.
"Acho que o governo precisa parar e analisar o programa como um todo, as regras, principalmente, o público-alvo, as regras para pagar, a questão das negociações para quem está inadimplente e redimensionar tudo isso na realidade atual do país. A realidade financeira das famílias mudou, a gente tem um endividamento muito alto, tudo isso faz com que o governo tenha que parar e pensar melhor o desenho do programa." Em nota, o MEC informou que, embora exista uma percepção de baixa ocupação, os dados indicam que a demanda pelo programa ainda é relevante e as áreas técnicas trabalham para enfrentar desafios relacionados a questões como acesso às informações, condições de oferta e elegibilidade, de modo a potencializar a ocupação.