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Ayrton Senna - O Cavaleiro da Humanidade - por Arimar Souza de Sá


Rondonoticias

Publicada em: 04/05/2019 10:52:23 - Atualizado



  • CRÔNICA DE FIM DE SEMANA - 
  • Ayrton Senna - O Cavaleiro da Humanidade - por Arimar Souza de Sá
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Correndo nas pistas como um menino travesso, no limite do risco, ele rompeu os limites da terra, no afã de encontrar outros finitos, da corrente infinita de suas inspirações! E herói, assim na terra – como no céu, onde deve estar!

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Só a humanidade tem esse dom fantástico de escolher e atrelar-se aos que de Deus, receberam significativa bonificação, e souberam aproveitá-la. Feliz do País onde brotou , do imo da terra, homens do porte do mundo como o inesquecível Ayrton Senna da Silva.

Ao completar mais um ano do fatídico desastre que o levou para o firmamento, a ferida da perda ainda está aberta e sua imagem continua e permanecerá viva, imaculada, inteirinha, monumental; porque heróis, que são verdadeiramente heróis, não morrem nunca, passam e eternizam-se. Apenas aos covardes é que é dado o “privilégio” de apodrecer em vida.

Pouco a pouco, fomos criando espaços alternativos e nos acostumando com as manhãs de domingo sem Senna na pista, sem Senna no pódium, sem o tema da vitória, ou sem o grito preso na garganta.

Ninguém, como Senna, soube experimentar as mil faces, das mil mortes, nas vertigens das corridas. Diria até mesmo, o gosto de açúcar e sal em altíssima velocidade. Como imperador dos autódromos, reinou absoluto, soberbo, por uma década, conquistando o mundo.

Dele,e por ele, as escuderias procuraram outros limites para as máquinas, como se fosse ele, o próprio Senna, a nascente dessa largada via infinito.

Para superá-lo, era necessário armar-se de uma parafernália eletrônica de guerra, nos intramuros das outras escudeiras. Dos adversários, era o Deus e o Diabo ao mesmo tempo. Era o enxofre, o fantasma, a sombra, a inspiração ou a própria fonte de renovação.

Regras e regulamentos perderam a importância, porque passaram a ser superados volta após volta, à medida em que Ayrton decidia minar os seus próprios limites. Tanto fazia nas curvas, como nas subidas, ou nas retas, o homem era o bicho da goiaba. Quando pegava era pra valer. Alias, ultrapassar limites era mesmo a sua tônica, o seu norte, o seu forte, o seu orgasmo, literalmente o sentido de sua própria existência atrás do volante.

Tomou conta das “poleposition’s” que, com ele, passaram a ser um marco singular e de costume aos domingos...

Vai ser dada a largada: Acende a luz vermelha, acende a verde. E Senna disparava em primeiro, levando a galera à loucura pela coragem e ousadia quando voava baixo nas pistas do mundo.

Se estivesse em franca desvantagem tecnológica, transformava o espetáculo num campo de guerra, produzindo nas pistas ou fora delas, uma imensa sobra de orgulho para um país de tantos sofrimentos.

Senna, mais do que qualquer coisa, foi um pedagogo das pistas, foi o maior fenômeno universal da velocidade. Quando todos reverenciavam suas qualidades dentro do cockpit, longe dele, revelava-se um humanista convicto, discreto, sem fazer alarde, porque tinha consciência de que o mundo dá muitas voltas, e não é feito apenas de luzes, mas de sombras.

Golpeado pelo destino atroz,como requer aos predestinados, sua obra emergiu e todos puderam ver a grandeza humana direcionada para as sombras e aos que dele acorriam.

Ayrton Senna do Brasil foi assim: não apenas tímido, e emotivo, mas também um menino travesso, brincalhão, e um profissional de quilate universal, de tal maneira que foi reverenciado por europeus, japoneses e americanos que, num coro uníssono, também choraram a perda do ídolo brasileiro que passou a ser universal.

E nesses 25 anos fora das pistas mundiais, a gente fica a imaginar: Quantas “poleposition’s” ele não deve ter conquistado no coração de Deus?

E quantas corridas ele deve ter vencido por lá?

Sem respostas e ainda mergulhados no vácuo da saudade, nós os seus fãs, agradeceríamos em orações, se o criador pudesse condecorá-lo com um único titulo de: CAVALEIRO DA HUMANIDADE, porque na terra a bordo do cockpit, de seu carango, ele passou voando e não deu tempo de receber.

AMÉM!


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