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    porto velho, segunda-feira 12 de maio de 2025

Os caminhos das missões, de sangue, e de Rondon


*Lourismar da Silva Barroso

Publicada em: 16/01/2020 14:25:21 - Atualizado

No caminho das Missões                                                                                 

Em torno dos anos de 1610 a 1768, desenvolveu-se na América do Sul, em área de colonização espanhola, que hoje pertence ao Brasil, Argentina e Paraguai, um trabalhado de evangelização dos jesuítas da Companhia de Jesus, junto aos índios guaranis. Foram fundadas 30 reduções, no Rio Grande do Sul, somam um total de 18 reduções que foram destruídas por português e espanhóis por domínio de território. Com a assinatura do tratado de Madri de 1750 que terminava a troca dos 7 Povos das Missões pela Colônia de Sacramento. Por não aceitarem a troca, em 1754/56 houve a guerra guaranítica, uma união entre portugueses e espanhóis para destruir os guaranis. Essa guerra marcou  também a expulsão dos jesuítas em 1768 definitivamente.

Caminhos de sangue

O olhar fixo na cruz símbolo dos Jesuítas, destaca ao fundo a exuberância do templo Jesuítico construído em pedra Grés, erguidas por índios que foram arrebanhados pelos missionários com a promessa de catequizar o povo da floresta para que conhecesse seu verdadeiro salvador. Quantos sangues foram derramando por aqueles que deveriam proteger e salvaguardar a vida? Caminhos de sangue levaram os missionários a combater os índios contrários  a fé "universal" plantado pela igreja católica, aplicando castigos nunca imaginados por nós. Como historiador, só me resta ler nas entrelinhas da história e procurar enxergar o que pouco não consegue ver. Posso imaginar o processo empregado na construção, como homens andando para cima e para baixo sob os olhares severos e atentos dos padres castigadores. Deus tenha piedade de nós.

Caminhos de Rondon

Se estivesse vivo, Rondon completaria 155 anos de nascimento. O menino de Mimoso ganhou, região do Pantanal matogrossense, o garoto com descendência de Bororo, teve sua luz brilhando para a eternidade. Nascido em 5 de maio de 1865 em uma região chamada de Sesmaria do Morro Redondo, atual Mimoso, pertencente ao distrito de Santo Antônio de Leverger, Rondon já nasceu órfão de pai, quando a sua mãe estava com 7 meses de gestação, o pai dele, Cândido Mariano da Silva contraiu a varíola e veio a falecer. Presumindo que deixaria a família, chamou o irmão e lhe fez um pedido: "se meu filho nascer e se for varão, não deixe em Mimoso, dê a ele o que eu poderia em vida" . Ao dar a luz ao menino Rondon, dona Claudina Evangelista da Silva batiza-o com o nome do pai, após 2 anos de nascido a mãe dele contraiu a tuberculose e veio a falecer, sendo enterrada ao pé do morro, distante uns 7 km da residência onde morava. Ao completar 7 anos, foi para Cuiabá morar com o tio paterno, Manoel Rodrigues da Silva Rondon, que criou o garoto como se fosse filho. Rondon então estudou no Liceu Cuiabano onde concluiu o magistério, formado em professor aos 16 anos. O espírito aventureiro de Rondon exigia muito mais dele, foi quando em 1881 resolveu sentar Praça no 3 Comando de Cavaleira em Cuiabá, em 1883 foi arriscar a vida no Rio de Janeiro, onde matriculou-se na Academia da praia vermelha e de lá só saiu quando Getúlio Vargas em 1930 mandou Rondon que já era general 2 estrela juntamente com mais 6 general e 6 coronéis para a reserva. Rondon aprendeu o ofício militar com o compatriotas, Gomes Carneiro, que o instrui para a vida na floresta, Benjamin Constant foi professor e idealizador de um Rondon positivista, José Bonifácio, o trunfo como inspiração. Rondon serviu a pátria por 48 anos, 11 meses e 11 dias quando foi mandado para a reserva. Em 1955 JK condecorou Rondon com o título de Marechal, mais não um marechal de  guerra e sim da Paz. Como historiador, pesquisador e escritor, faço buscas da memória de Rondon, tenho visitado vários lugares por onde o Marechal andou, Mimoso, Rio de Janeiro, Cuiabá, Porto Velho e agora Santo Ângelo, no qual vim em busca de seus pertences, que foram doados para o exército por sua filha Maria Molina Rondon para construir um memorial ao grande estadista, militar e ativista do povo da floresta.

Os vivos são governados pelos mortos"( Rondon).

*Lourismar da Silva Barroso é historiador, escritor e pesquisador licenciado em História pela Universidade Federal de Rondônia/UNIR (2004); Especialista em Arqueologia da Amazônia pela Faculdade São Lucas (2011); Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) (2015). Atualmente é docente da Rede Estadual de educação,integrante do projeto ensino médio mediado por tecnologia; Integrante do Grupo de Pesquisa Índio Afro Amazônico (GEPIAA/UNIR) desde 2000; Membro da Sociedade e Amigos do Museu Imperial de Petrópolis - SAMI  (RJ), associado desde 2011;Vice-presidente da Academia de História Militar Príncipe da Beira com posse em 2016


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