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    porto velho, domingo 20 de julho de 2025

Técnico de enfermagem atravessa rio para vacinar idosa contra Covid-19

Profissional de saúde coleciona histórias que fazem com que a profissão seja a cada dia mais amada...


g1

Publicada em: 25/03/2021 12:11:42 - Atualizado

“Cada dose aplicada, é uma família a menos preocupada”. Esse é o lema que o técnico de enfermagem João Bezerra da Silva, de 34 anos, repete ao dar continuidade à campanha de vacinação contra Covid-19 em Monteiro, município do Cariri da Paraíba. Repetindo essa máxima, ele se sentiu motivado para viver uma grande experiência profissional e humana: atravessar um rio para aplicar o imunizante em uma idosa de 78 anos de idade.

“A gente faz o possível para levar uma dose de esperança pra essa população que mais é necessitada, principalmente da zona rural”, garantiu.

A travessia foi realizada na terça-feira (23). Parecia um dia de comum de trabalho, já que a rotina, por lá, é um tanto incomum. O deslocamento para localidades remotas faz parte do cotidiano do técnico de enfermagem, assim como de toda a equipe de vacinação.

Assim que chegou em Monteiro, João foi avisado que teria nove pacientes. No entanto, só aplicaria a vacina em oito, porque, com uma estrada bloqueada, o caminho mais viável seria o rio.

Intrigado, ele questionou sobre a altura da água e disse que se fosse de até um metro, faria o percurso. Com a água na altura do joelho, ele pediu para que Caio, que é agente de saúde, chamasse a idosa até a margem do manancial.

Quando ela chegou ao ponto de encontro, ele tirou os sapatos e ergueu as barras da calça. Atento, teve que pensar na própria segurança e também na das vacinas. Segurou firme nas caixas térmicas que armazenavam o imunizante e, com cuidado para não escorregar, foi até a idosa.

“Pra mim, foi recompensador. Tinha duas acompanhantes com ela. Elas [as três] ficaram pulando de alegria. Não acreditavam que a gente [ele e o agente de saúde] ia atravessar. E eu disse ‘a senhora não vai esperar o rio baixar’. A alegria dela, o sorriso não tem preço”, lembrou.

Segundo João, a idosa teria que esperar de um a dois meses para que o rio baixasse e ela fosse vacinada. Nesse momento, reflexivo, ele lembrou do segundo lema que usa para se sentir estimulado no trabalho.



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