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Marília Mendonça morreu por politraumatismo, conclui perícia de MG

Todos os ocupantes do avião foram vítimas das lesões causadas pela queda; polícia trabalha com duas hipóteses para acidente


R7

Publicada em: 25/11/2021 17:06:32 - Atualizado


BRASIL - A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nesta quinta-feira (25), que a cantora Marília Mendonça e a equipe que estava no avião acidentado no interior do Estado morreram vítimas de um politraumatismo contuso, provocado pelo choque da aeronave contra o solo.

Os investigadores ainda trabalham para identificar o que provocou a queda do bimotor King Air C90A, no último dia 5 de novembro, na cidade de Piedade de Caratinga, a 243 km de Belo Horizonte.

Thales Bittencourt, médico-legista chefe do IML (Instituto Médico-Legal) Belo Horizonte, detalha que foram encontradas diversas lesões graves em partes vitais dos corpos das vítimas, caracterizando o politraumatismo contuso. Um membro da perícia já havia adiantado o possível laudo ao R7. Segundo Bittencourt, as áreas mais afetadas eram os crânios, tórax e os abdomens dos passageiros e pilotos.

O legista também explica que não foram encontrados indícios de que a tripulação tenha morrido ainda no ar, em função da desaceleração causada pela perda do motor que atingiu o cabo de alta-tensão da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

"Foi um traumatismo intensivo, em função de um acidente com altíssima energia", detalha o investigador sobre a força do impacto da aeronave ao cair sobre a cachoeira.

Ainda de acordo com Thales Bittencourt, os exames realizados com material biológico das vítimas descartaram a possibilidade de piloto ou copiloto terem passado mal durante o voo.

"As análises de teor alcoólico e toxicológico também não evidenciaram o consumo de substâncias ou intoxicações que pudessem contribuir com a morte", acrescenta o especialista sobre os laudos referentes às cinco pessoas que estavam na aeronave.

Além da cantora sertaneja, estavam no piloto Geraldo Martins de Medeiros, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho, e Henrique Ribeiro, produtor da artista.

A queda

O delegado Ivan Sales afirma que as causas do acidente ainda são investigadas. A Polícia Civil trabalha para tentar identificar eventual responsável pela tragédia.

Para concluir o inquérito, os policiais vão contar com o apoio do laudo em produção pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira), responsável pela perícia na aeronave.

Segundo Sales, os agentes trabalham para identificar o que levou o avião a atingir a rede de alta-tensão.

"Uma uma linha [de investigação] que pode ter havido algum problema nos motoristas, ocasionando a baixa altitude da aeronave", relata o delegado sobre um dos possíveis motivadores do acidente.

Os motores da aeronave foram levados para análise técnica em uma fábrica na cidade de São José da Lapa, na região metropolitana de Belo Hoizonte. Não há prazo para a conclusão dos trabalhos.

O delegado Ivan Sales conta que ouviu, como testemunha, um piloto que saiu de Viçosa, a 230 km de Belo Horizonte, com destino ao mesmo aeroporto em que pousaria a aeronave da cantora Marília Mendonça, em horários próximos.

A testemunha relatou ao delegado que o piloto da cantora conversou com ele, via rádio, a aproximadamente um minuto antes do previsto para pousar e relatou que havia iniciado o procedimento de pouso.

"Se considerarmos que a um minuto do pouso o piloto não relatou nenhum tipo de problema na aeronave, é possível suspeitar que o avião não teria problemas, mas só vamos poder falar com certeza com o laudo do Cenipa", completa o delegado.

A polícia também já ouviu o dono da empresa de táxi aéreo e o advogado da agência da cantora Marília Mendoça. Nos próximos dias, o delegado vai colher depoimento das famílias do piloto e do copiloto.


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