PORTO VELHO – RO - Na contramão da média brasileira, o estado de Rondônia voltou a registrar filas por leito para tratamento de Covid-19, após 8 meses de situação normalizada.

Em entrevista recente, o infectologista, pesquisador da Fiocruz e Professor da Universidade Federal de Rondônia, Juan Villalobos, explicou que há uma “somatória de eventos, e não um fator isolado” que causaram o quadro.

A desativação de muitos leitos de hospital de campanha quando a segunda onda de Covid passou, a perda da imunização ao longo do tempo de quem se infectou na primeira e segunda ondas e a cobertura vacinal não desejada contribuíram para o quadro, estão entre as causas explicadas por Villalobos.

Segundo o infectologista, “a primeira dose foi aplicada para grande parte da população, mas a segunda e a dose de reforço não estão no mesmo ritmo.”

Villalobos ainda informou que seu grupo técnico encontrou com representantes da secretaria de Saúde e que eles informaram que a “reativação de leitos seria uma das medidas que poderia vir a ser tomada e que seria relativamente rápida.”

“Implica que terá que contratar outra vez pessoas da saúde, voltar a abrir leitos, trazer respiradores que muitos foram emprestados para outros municípios, para aumentar a oferta”, completou.

O pesquisador ainda disse acreditar ser “fundamental fazer uma campanha de conscientização da importância da vacinação completa, estamos vendo que mais de 80% dos internados que evoluem com quadros graves estão no grupo dos não-vacinados.”