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porto velho, segunda-feira 22 de setembro de 2025
A exoneração de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia em meio a pressões do governo para a Petrobras reduzir o preço dos combustíveis aumentou a especulação sobre uma possível demissão de José Mauro Ferreira Coelho da presidência da companhia, apenas um mês após a posse.
Dias após uma ida a Brasília para conversar com o novo ministro Adolfo Sachsida, o presidente da Petrobras viu a fervura aumentar ainda mais com a nova declaração de Jair Bolsonaro. No domingo (15), o presidente afirmou que o novo ministro tem ”carta branca” para mexer na Petrobras.
Caso Mauro Ferreira não resista no cargo, a estatal terá que se preparar para eleger o quarto comandante em tempo recorde e ainda recompor o Conselho de Administração recém-eleito.
Isso porque parte do conselho, entre eles José Mauro, foi eleito por voto múltiplo – quando os votos podem ser acumulados em apenas um candidato.
E, de acordo com o trecho da lei das estatais que versa sobre o voto múltiplo, ”sempre que a eleição tiver sido realizada por esse processo, a destituição de qualquer membro do conselho de administração pela assembleia-geral importará destituição dos demais membros, procedendo-se a nova eleição”.
Oito dos 11 membros atuais foram eleitos para um mandato de dois anos, de 2022 a 2024, pelo voto múltiplo.
Na assembleia de abril, a União perdeu um assento no colegiado. Os acionistas conseguiram 4 das 11 cadeiras – seis ficaram com indicados da União e uma pertence a representante dos trabalhadores.
Antes, a composição era de sete representantes do governo federal, três dos acionistas minoritários e um dos trabalhadores.
A perda da União foi fruto de uma estratégia dos acionistas, que pediram a realização do voto múltiplo. Agora, essa modalidade pode derrubar praticamente todo o Conselho se Jose Mauro Ferreira Coelho seja destituído.
Internamente, membros do Conselho de Administração ouvidos pelo site ainda acham pouco provável que o presidente seja demitido em tão pouco tempo. Eles tratam o assunto como especulação e avaliam que a convocação de uma nova assembleia geral causaria mais desgaste ao governo em um ano eleitoral.
Embora a União seja o acionista majoritário da Petrobras, a demissão e a posse de um presidente da companhia não dependem exclusivamente do presidente da República e precisam do crivo do Conselho de Administração, além do aval da área de governança da companhia.
Entenda, abaixo, o passo a passo do processo: