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    porto velho, terça-feira 23 de setembro de 2025

STF manda ação sobre a tragédia de Brumadinho voltar à Justiça de MG

Com a decisão que contraria despacho do STJ, os investigados no caso voltam a ser réus no processo, que volta a correr


R7

Publicada em: 06/06/2022 15:49:19 - Atualizado


BRASIL - O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, nesta segunda-feira (6), que a ação referente ao rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, volte à Justiça Estadual de Minas Gerais.

A decisão atende a um recurso do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) contra acórdão do STJ que mandou o processo para a Justiça Federal, em outubro de 2021. Com a medida, Fachin também restabeleceu o "recebimento da denúncia e os demais atos decisórios até então praticados", que estavam até então suspensos.

A competência da Justiça Estadual para julgar o caso havia sido questionada pela defesa do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, sob alegação de que o rompimento da barragem de Córrego do Feijão também teria implicado em crimes de competência federal, como falsificação de documento federal e delitos contra patrimônio arqueológico.

O MPMG, no entanto, recorreu defendendo que a transferência do processo feita pelo STJ “desconsiderou que os supostos e alegados crimes conexos, que justificaram o declínio da competência para a Justiça Federal, sequer foram atribuídos” aos réus pelo MPMG.

A reportagem tenta contato com a defesa dos acusados.

Relembre a denúncia

    O MPMG ofereceu a denúncia contra a Vale, a Tüv Süd e mais 16 pessoas em 21 de janeiro de 2020, quando a tragédia estava prestes a completar um ano.

    O ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman, outros dez funcionários da mineradora e cinco representantes da empresa de consultoria alemã foram acusados por homicídio duplamente qualificado por cada uma das 270 mortes causadas pelo rompimento da barragem B1.

    A Justiça Estadual recebeu a denúncia, iniciando os trâmites do processo, no início do mês de fevereiro do mesmo ano.

    "O MPMG busca a responsabilização penal do ex-presidente da Vale e outras 15 pessoas, entre ex-diretores da Vale e executivos da empresa alemã Tüv Süd, responsável por atestar a segurança da barragem", ressaltou o órgão em nota sobre a decisão do STF de voltar com a ação para a Justiça Estadual.

    A barragem B1 estourou às 12h28 do dia 25 de janeiro de 2019, matando 270 pessoas. Cinco vítimas seguem desaparecidas. A última identificação de corpo aconteceu no dia 3 de maio deste ano.


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