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porto velho, terça-feira 23 de setembro de 2025
As contratações temporárias tiveram um salto durante o auge da pandemia. Em 2020 e 2021, a abertura de vagas chegou a ser uma espécie de tábua de salvação para as empresas que precisavam de mão de obra de forma rápida para atender à demanda provisória e complementar de colaboradores.
Assim, as contratações, que costumavam ocorrer de forma pontual em datas sazonais como Natal e Páscoa, se expandiram durante o ano todo. E a taxa de efetivação subiu.
Mas, a partir deste ano, o mercado do setor está retomando as contratações pontuais. E a previsão é de que neste terceiro trimestre sejam abertas 630 mil vagas, aumento de 12% nos meses de julho, agosto e setembro em relação ao mesmo período do ano passado.
Em 2019, as vagas voltaram ao patamar de 2014, antes da crise econômica nos anos seguintes. Em 2020, o número de contratações saltou para mais de 2 milhões, aumento de quase 35%. Em 2021, novo boom, com aumento nas contratações de quase 21% em relação ano anterior.
Já na base de comparação semestral, o aumento foi de 47% de 2019 para 2020 e de 38,5% de 2020 para 2021. No primeiro semestre deste ano, no entanto, houve queda de 4,6%.
Marcos de Abreu, presidente da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), explica que o objetivo principal do trabalho temporário sempre foi repor quadro de pessoal em decorrência de picos de sazonalidades trazidas por eventos comerciais como Natal e Dia das Mães.
Mas, quando a pandemia pegou todo o mundo de surpresa, a facilidade de repor pessoal em setores que demitiram e depois voltaram a se aquecer fez a contratação disparar em 2020 e 2021. E aumentou ainda a taxa de efetivação para reposição desses quadros, o que contribuiu para diminuir o desemprego: se antes ela girava em torno de 15%, passou a ser de 22%.
Mas, passado o susto, as contratações voltaram à normalidade, o que deve também retornar a taxa de efetivação com o tempo para o patamar de 15% do total de contratações.
"Essas reposições vieram após o corte grave de demissões, porque ninguém sabia o que viria pela frente. As empresas, com medo de contratar efetivos, contrataram temporários – o medo foi diminuindo e elas foram convertendo os temporários em efetivos", explica Abreu.
O executivo conta que em uma empresa de produtos da linha branca, por exemplo, 100% dos temporários foram efetivados no auge da pandemia por causa do aumento repentino da demanda, após a empresa ter demitido boa parte dos funcionários.
Segundo o presidente da Asserttem, a indústria teve o maior número de contratações de temporários na pandemia porque foi o setor que mais demitiu. Por isso, houve a necessidade de reposição rápida com o aumento da demanda.