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porto velho, segunda-feira 22 de setembro de 2025
MUNDO: Mais da metade dos pais brasileiros temem que os filhos pratiquem bullying, como mostra um estudo, divulgado nesta quarta-feira (10) e que ouviu 11.687 famílias de dez países. Por outro lado, a pesquisa destaca que crianças e adolescentes do Brasil são os que menos falam sobre o assunto com a família se comparados a jovens de outros países.
O relatório global Hidden in Plain Sight: More Dangers of Cyberbullying Emerge (“Escondido mesmo à vista: mais perigos do ciberbullying surgem”) produzido pela McAfee Corp teve como foco o comportamento de pais e filhos com ao bullying ou ciberbullying — as agressões que ocorrem em ambiente virtual.
"No Brasil, os pais temem que os filhos pratiquem o ciberbullying, também chama a atenção que se sentem responsáveis por educar os filhos neste sentido e buscam conversar com as crianças e adolescentes sobre o assunto", avalia Paula Xavier, head de marketing e comunicação da McAfee para a América Latina.
Além de apostar no diálogo, 51% dos pais consideram que monitorar celulares e equipamentos eletrônicos é uma opção para proteger os filhos. A preocupação tem crescido no país: 84% dos pais brasileiros disseram estar mais preocupados com o cyberbullying agora do que no ano passado, em comparação com uma média internacional de 72%. E 72% das crianças brasileiras disseram estar mais preocupadas com o cyberbullying agora do que no ano passado, em comparação com 59% de seus pares em todo o mundo.
Os dados mostram que 9 em cada 10 pais (89%) conversam com os filhos para ajudar a lidar com esse tipo de violência e afirmaram serem mais propensos a se educar sobre o tema, com 92% contra uma média de 78%.
"A pesquisa mostra que crianças e adolescentes não percebem quando estão praticando o ciberbullying, eles têm dificuldade em perceber sua atuação, mas interpretam bem quando são vítimas", destaca Paula.
As meninas de 10 a 14 anos foram as mais preocupadas (76%) em sofrer algum tipo de bullying. "Essa preocupação se deve a preocupação com o visual, a aparência, também está associado às mudanças corporais da puberdade," observa Paula. Meninos e meninas de 10 anos já sofrem com racismo, assédio sexual e ameaças.
Crianças brasileiras falam sobre cyberbullying com seus amigos, mas o tema ainda é distante dos pais: 76% das crianças brasileiras disseram que falam sobre o assunto com seus amigos, em comparação com a média internacional de 62%. Apenas duas outras nações relataram números mais elevados, com a Índia em 81% e o México com 88%.
As jovens brasileiras que disseram ter falado mais sobre cyberbullying são meninas de 17 a 18 anos, com 81%. Já As crianças brasileiras são as segundas mais propensas a esconder o assunto de seus pais no mundo (32%)."
Os tipos de ciberbullying mais citado pelos adolescentes e crianças brasileiros foram:
Flaming (ataques pessoais)
Outing (falar sobre a orientação sexual de alguém sem o consentimento dessa pessoa)
Trolling (ação intencional com mensagens conflitantes)
Doxx (publicar informações privadas ou identificar sem o consentimento de alguém)
Apelidos
Distribuição de rumores falsos
Envio de imagens ou mensagens explícitas
Perseguição com assédio e ameaças físicas
Ser excluído de bate-papos/conversas em grupo
"No Brasil, tudo acontece no WhatsApp e não é uma surpresa que os casos de agressão ocorram via a ferramenta." A plataforma é o principal caminho para o cyberbullying no país contra 38% se comparado com outros países. Já Facebook, Instagram e Facebook Messenger são mais mencionados em outros países:
Facebook – 46% no Brasil, 49% no mundo.
Instagram – 33% no Brasil, 39% no mundo
Facebook Messenger – 18% no Brasil, 28% em todo o mundo.