Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 14 de maio de 2025
A natureza nunca cansa de surpreender. Dos maiores animais até os pequenos seres vivos, as cores, os detalhes e até os comportamentos das mais variadas espécies do Planeta Terra dão um show que sempre se renova.
No palco da Amazônia um anfíbio nem precisa de performance, já que a própria fantasia encanta por si só. O ‘milk-frog’ (Trachycephalus resinifictrix), conhecido como perereca-de-leite, chega a medir nove centímetros e se destaca pelos tons azuis. Mas a surpresa maior está dentro do corpo da espécie: os ossos, os músculos e até a parte de dentro da boca também são azuis.
“Alguns anuros (sapos, rãs e pererecas) podem apresentar coloração diferente nos ossos, como é o caso da perereca-de-leite. Só que até hoje o motivo para isso acontecer não é bem conhecido e também não se sabe as possíveis consequências que pode acarretar, é um mistério que intriga a comunidade científica”, explica o especialista em anfíbios Diego Santana.
Em contrapartida, cores chamativas que ficam a vista têm explicação. “Cores vibrantes na natureza podem significar que a espécie é tóxica, que é o caso dos Trachycephalyus. A "cola" (substancia grudenta que eles soltam quando são capturados) é tóxica. Muitas vezes essas cores mais fortes podem servir de alerta para os predadores”, complementa.
Essa espécie ocorre em grande parte da floresta Amazônica e por conta disso ultrapassa as fronteiras brasileiras sendo encontrada em alguns outros países da América do Sul como Guiana, Suriname, Equador e Colômbia.
A cor da pele da espécie pode variar entre tons marrons, azuis e brancos, sendo geralmente os indivíduos juvenis mais brilhantes e os mais velhos mais opacos.
“Essa espécie é muito procurada como pet. É proibida a comercialização no Brasil, mas por ela ocorrer em outros países, a perereca-de-leite é comercializada e está em diversas casas, zoológicos e criadores dos Estados Unidos e da Europa, principalmente. Nesses casos, a cor dos indivíduos pode variar com esses diferentes tipos de ambientes externos”, diz Santana.