Obra histórica de Di Cavalcante avaliada em R$ 8 milhões foi rasgada por manifestantes
Entre os itens destruídos, está a obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, cujo preço estimado é de R$ 8 milhões.
g1
Publicada em: 09/01/2023 10:55:44 - Atualizado
O Palácio do Planalto divulgou nesta segunda-feira (9) uma lista preliminar de itens que foram danificados por uma minoria radical de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (8).
Segundo o governo, ainda não foi feito um levantamento "minucioso" das peças destruídas, mas a avaliação preliminar mostra que pinturas, esculturas e peças de mobiliário foram danificadas.
"Os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo vandalizaram e destruíram parte importante do acervo artístico e arquitetônico ali reunido e que representa um capítulo importante da história nacional", diz trecho da nota.
Entre os itens destruídos, está a obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, cujo preço estimado é de R$ 8 milhões.
Estão na lista também a escultura "O Flautista", de Bruno Jorge, avaliada em R$ 250 mil; e uma em madeira de Frans Krajcberg, estimada em R$ 300 mil.
Lista
Veja a lista preliminar de itens danificados no térreo do Palácio do Planalto:
Obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados
Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas
No terceiro andar:
Obra "As mulatas", de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude podem alcançar valores até 5 vezes maior em leilões
Obra "O Flautista", de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil
Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil
Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita
Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel teve o vidro quebrado
Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor da peça não foi informado.