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    porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024

Ter a melhor taxa de vacinação da febre amarela contribuiu para evitar surto


Secom RO

Publicada em: 08/11/2018 15:44:37 - Atualizado

RONDÔNIA - O rondoniense assistiu assustado, no início deste ano, notícias sobre contaminação humana por febre amarela, em cidades do Sul e do Sudeste do País. Durante semanas, a morte de pequenos macacos foram tematizadas nos principais veículos de comunicação e serviu de combustível para lotar as Unidades de Saúde de pessoas a procura de vacinação contra a febre amarela. Frente aos dados, no Estado, os moradores ficaram atentos. Em Porto Velho, por exemplo, no primeiro semestre do ano, a secretaria municipal de Saúde realizou ações de vacinação porta a porta visando prevenir a população da doença após a morte confirmada de um primata, nas proximidades do bairro Nova Esperança, na zona Norte da Cidade. Foram momentos de tensão.

Passados alguns meses, analistas que atuam no Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen) apresentam o resultado de um monitoramento que fazem da incidência de doenças transmitidas por animais, como é o caso da febre amarela. De acordo com os dados, ao longo do ano, foram evidenciados exames positivos para a febre amarela no Estado, inclusive na Capital, Porto Velho, mas nenhuma contaminação em humanos. A boa notícia deriva do fato de boa parte da população ser vacinada contra a doença. “Nos últimos 10 anos, Rondônia é o estado com melhor taxa de vacinação da febre amarela da região Norte e uma das melhores do Brasil”, afirma Camila Azzi, bióloga do Lacen.

Ela explica que em situações como a de Porto Velho, em que houve a evidencia da morte de um macaco, as ações de Saúde precisam ser imediatas: “não precisa aguardar o resultado do exame, se a morte foi notificada é preciso vacinar a população do entorno imediatamente”, diz. Outra ação é o trabalho de educação sanitária feito junto aos moradores, que orienta, por exemplo, que não precisa matar ou manipular animais encontrados mortos.

MALÁRIA

Anofelino: mosquito transmissor da malária

A bióloga também falou sobre outras doenças transmitidas, que foram evidenciadas no Estado este ano. No segundo exemplo, pelo vetor de uma doença que há séculos incomoda a população de Rondônia: o da malária. Este ano, os maiores índices da doença foram registrados em Ariquemes, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e Porto Velho. Machadinho do Oeste caminha para a eliminação da doença, de acordo com Camila.

Já em Candeias do Jamari, onde a incidência de malária é considerada alta, profissionais que atuam no combate à doença atuam numa outra frente: a de borrifação, para ajudar a eliminar o anofelino, vetor do Plasmodium, o protozoário causador da malária. “Em seguida será analisada a eficiência da borrifação, mediante estudo junto aos insetos encontrados na região”, complementa.

Em terceiro lugar, entre as doenças transmitidas por animais, ao longo de 2018, Camila Azzi menciona a raiva animal, que também foi evidenciada em exames, cujas coletas foram realizadas em Rondônia. Os casos foram positivos não para cães e gatos, e sim, em morcegos. “Ainda assim, devemos estar atentos às campanhas de vacinação de cães e gatos”, enfatiza. Outro cuidado mencionado por Camila em relação à raiva animal, caso os moradores encontrem morcegos, tanto vivos quanto mortos é acionar técnicos do Centro de Zoonoses de sua cidade. “Os técnicos da área estão aptos a manipular os animais, além disso, poderão enviar amostras para a realização de exames no Lacen e dessa forma, poderemos acompanhar o nível de contaminação em cada região”, complementa a bióloga.

Luiz Tagliane, diretor do Lacen explica que além de doenças que apresentam interface os homens e animais, o laboratório é referência no Estado para análises em diversas áreas, tanto que possui três núcleos de pesquisas: o Núcleo de Biologia Animal, Núcleo de Biologia Médica e Núcleo de Produtos e Meio Ambiente. “Somente o Lacen tem capacidade para fazer análises de confirmação de exames de alta complexidade”, pontua o diretor. Por isso, laboratórios dos 52 municípios do Estado enviam amostras para serem validadas no Lacen.


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