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porto velho, quarta-feira 8 de janeiro de 2025
COSTA MARQUES, RO: A desova tardia das tartarugas-da-amazônia no rio Guaporé, causada por queimadas e mudanças climáticas, resultou na morte de mais de 60% dos filhotes, apontam especialistas. Cerca de 700 mil filhotes foram soltos no rio em dezembro, número muito inferior aos 1,4 milhão registrados no ano anterior.
De acordo com a ONG Ecovale, o atraso de 53 dias na desova ocorreu devido à densa camada de fumaça que afetou a temperatura e a luminosidade do ambiente, impossibilitando o cenário ideal para a reprodução. Durante o período, os ninhos foram inundados rapidamente pelo aumento do nível do rio, fenômeno agravado pelas chuvas e conhecido como repiquete.
As tartarugas monitoradas pelo projeto pertencem à espécie Podocnemis expansa, a maior de água doce da América do Sul, podendo atingir até um metro de comprimento e 75 quilos.
A iniciativa para salvar os filhotes envolve voluntários, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que mantêm os filhotes em tanques para reduzir o risco de predação antes da soltura.