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Ossada humana encontrada no interior envolve triângulo amoroso

Saiba como foi toda a trama que desencadeou na Operação desencadeada para investigar uma série de homicídios


Rondonoticias

Publicada em: 29/04/2019 08:39:29 - Atualizado

BURITIS RO - Em Nota de esclarecimento sobre a “Operação Viúva Negra” A Polícia Civil do Estado de Rondônia, através da Delegacia de Polícia de Presidente Médici, informou que na manhã desse sábado (27), foi localizada uma ossada humana, suposta vítima de homicídio, na cidade de Buritis.

A diligência, conforme a Nota, faz parte da Operação Viúva Negra, desencadeada para investigar uma série de três homicídios ocorridos entre os anos de 2008 e 2019, cujas suspeitas são as esposas de duas das vítimas.

Após informações de que um adolescente teria sido assassinado e seu corpo jogado numa fossa na cidade de Buritis, no ano de 2008, a equipe de investigação de Presidente Médici, realizou uma série de diligências, que se estenderam à cidade de Sapezal-MT e Buritis, visando checar a veracidade das informações e o provável local do corpo. 

Com o apoio da Delegacia de Polícia da cidade de Buritis e informações levantadas junto à Polícia Militar, a equipe identificou e analisou os endereços possíveis da localização do corpo e passou a realizar escavações no local onde supostamente o corpo estaria enterrado, sendo que no segundo dia de escavação a ossada foi finalmente localizada.

Triângulo amoroso

Segundo as investigações, o nome da vítima seria Leonardo, assassinado como queima de arquivo, haja vista que presenciara um homicídio anterior, ocorrido no mesmo ano de 2008, na cidade de Presidente Médici. Com efeito, no mês de março de 2008, na área rural do município de Presidente Médici, a vítima de nome Marcos foi assassinada com um tiro na cabeça enquanto tirava leite em seu curral durante a madrugada.

A vítima era empregado de Marcos e estava junto com ele no momento do crime. Na época, o adolescente Leonardo desapareceu do município antes de ser ouvido pela Polícia Civil na investigação, sendo que no curso do inquérito surgiram elementos de que ele teria participação no crime por questões passionais, haja vista uma possível relação extraconjugal com a esposa da vítima. 

A esposa da vítima Marcos, foi indiciada no inquérito e levada a Juri Popular, sendo absolvida por falta de provas e desde então o caso permanecia arquivado. Mas o rumo da história sofreu uma guinada no mês de novembro de 2018, quando uma pessoa de nome João Ramos sofreu uma tentativa de homicídio, após se separar de sua esposa e tentar reatar o relacionamento.

O autor da tentativa foi identificado como sendo namorado da ex-companheira de João Ramos. A partir desse fato, João Ramos passou a realizar ameaças à Gideão, autor da tentativa de homicídio e também a pressionar sua ex-companheira Geralda a fim de reatasse o relacionamento. 

João Ramos estava tão desesperado com a separação e com o fato de sua ex-companheira estar num novo relacionamento que começou a fazer revelações estrondosas. Segundo testemunhas, ele começou a comentar com várias pessoas que iria procurar a Polícia para se entregar, pois ele havia sido contratado para matar a Marcos, no ano de 2008, pela própria esposa da vítima, de nome Elza, que por sinal é irmã de sua ex-companheira Geralda.

João Ramos comentou ainda que teria matado também, com a ajuda da ex-companheira Geralda, a vítima Leonardo, quando residia na cidade de Buritis.

O crime

O crime teria ocorrido porque temiam que Leonardo contasse que ele matara Marcos, a mando de Elza. Consta que João e Geralda receberam a quantia de R$ 1.000,00 para matar Leonardo, o qual estava residindo com os próprios algozes, os quais o atacaram com pauladas na cabeça enquanto dormia na sala de sua casa, sob um colchão improvisado. 

Ato contínuo, ambos enrolaram o corpo da vítima no colchão e o depositaram numa fossa existente no terreno onde residiam, fato ocorrido em 2008. Alguns dias depois de começar a contar essa história na cidade de Presidente Médici, a vítima João Ramos sofreu nova tentativa, dessa vez bem-sucedida, sendo que na data de 30/01/2019, uma dupla pilotando uma motocicleta abordou João Ramos e lhes desferiu 9 tiros de pistola calibre 9mm, causando morte instantânea.

Contrário da tentativa frustrada que sofrera no mês de novembro de 2018, desorganizada, mal executada e com arma comum, o crime que vitimou João Ramos foi bem planejado, executado de forma precisa e com arma de uso restrito, fatores que subtraíram da vítima qualquer chance de defesa. 

Os elementos de informação colhidos na investigação apontaram com segurança que as responsáveis pelo referido crime, na condição de mandantes, foram as viúvas e irmãs Elza e Geralda, com a finalidade de ocultar a autoria dos crimes praticados contra Marcos e Leonardo, haja vista que João ameaçava procurar a polícia para contar a história. 

Com isso, foi representado pela prisão temporária dos investigados Gideon, Geralda e Elza e a medida cautelar foi deferida pelo juízo da Comarca de Presidente Médici, sendo que o trio de investigados já estão sob custódia do Estado e os inquéritos policiais que investigam a tentativa de homicídio e o homicídio de João Ramos encontra-se em fase de finalização.

Durante as investigações a equipe conseguiu recuperar um vídeo gravado pela vítima João Ramos, no qual ele confessa a autoria do crime contra Marcos e Leonardo, afirmando que sua companheira Geralda o auxiliou na execução e ocultação do cadáver, na cidade de Buritis. 

Ocultação do cadáver

Afirmou ainda que a cunhada Elza lhes pagou a quantia de mil reais para cometer o delito. Junto com o corpo de Leonardo foram encontradas, além das roupas que a vítima vestia no momento do crime, um vestido branco e uma calça marrom, possivelmente as utilizadas por João e Geralda no momento da execução e ocultação do cadáver.

A Delegacia de Buritis abrirá inquérito policial para formalizar e finalizar as investigações quanto ao homicídio e ocultação de cadáver de Leonardo, haja vista que o fato ocorreu naquela municipalidade. As investigações continuam na cidade de Presidente Médici visando identificar os atiradores que executaram a vítima João Ramos.


Fonte: PC/RO


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