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Mesmo com leitos, Vilhena só atenderá pacientes de outras cidades com ordem judicial

Secretário pede que população ajude a frear avanço da pandemia...


Folha do Sul

Publicada em: 31/05/2020 11:39:35 - Atualizado

Quarta maior cidade de Rondônia, mas por enquanto sem registrar nenhuma morte decorrente da Covid-19, Vilhena pode, no entanto, “pagar o pato” caso outros municípios do Estado não consigam frear o avanço da pandemia. Foi o que explicou o secretário municipal de Saúde, Afonso Emerick, em entrevista ao FOLHA DO SUL ON LINE.
 
Após o governador Marcos Rocha (PSL) e o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, fazerem alertas dramáticos, admitindo que a rede hospitalar da capital está no limite, leitores do site cobraram informações sobre a distribuição de leitos em Rondônia.
 
A reportagem apurou que, além da capital (e mesmo assim através do governo estadual), apenas duas outras cidades de Rondônia montaram leitos para pacientes infectados pelo Coronavirus: Ariquemes, com mais de 300 casos e 4 mortes, montou 6 leitos; Vilhena, com 51 casos (25 ativos) montou 10 leitos de UTI e outros 25 de enfermaria.
 
Ji-Paraná, a segunda maior cidade do Estado, que já registrou 5 mortes, não montou nenhum leito público para a Covid-19, e manda seus pacientes para Cacoal, onde o Hospital Regional, que é referência para todos os municípios próximos, recebe infectados de várias cidades.
 
A cidade de Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, vive a situação mais dramática: tem 226 infectados e registrou 20 mortes, apresentando taxa de letalidade de cerca de 15%, quando a média nacional é pouco superior a 6%.
 
Diante desta situação, os leitores da FOLHA quiseram saber o que pode acontecer caso os sistemas de outros municípios entrem em colapso e haja vagas em Vilhena, para atender os doentes.
 
De acordo com Emerick, quando o Plano de Contingência para enfrentar a Covid foi formulado, Vilhena optou por montar sua própria estrutura, com verbas federais, recursos do próprio município, e também doações de empresários.
 
Com isso, administrativamente, a ala reservada para receber os infectados não é obrigada a acolher pacientes de outras cidades. Prefeitos do Cone Sul, por exemplo, devem encaminhar seus doentes para Cacoal, que é referência regional.
 
O secretário admite, no entanto, que se a situação se agravar, muitos pacientes serão enviados para Vilhena. Mas avisa: só atenderá pessoas de outros municípios se for obrigado pela justiça. Administrativamente, Emerick pretende negar as internações por Covid-19 no Hospital Regional.
 
Mas, Afonso faz um alerta diante desta possibilidade: é grande o risco de enfermos que vierem de fora espalharem o vírus pela cidade que, até o momento, levando-se em conta a proporção de moradores/infectados, registra a menor taxa do Estado.
 
Temendo que a doença se dissemine entre os vilhenenses, o titular da Semus faz um alerta: “as pessoas que não tiverem o que fazer na cidade devem permanecer em casa, porque a situação é séria. Estamos conseguindo controlar até aqui, mas se a população não colaborar, podemos ser obrigado a adotar medidas duras, que ninguém quer”.
 
Entre estas “medidas duras” está o fechamento do comércio, que será automático, caso a ocupação dos leitos reservados para pacientes com o Coronavirus chege a 80%. No momento, apenas cinco leitos estão sendo ocupados.
 


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