VILHENA, RO - No mundo todo o aumento do número de casos de Covid-19 tem sido uma realidade com a descoberta de novas variantes que geram ainda mais preocupação e dúvidas. Vilhena não vive uma realidade diferente e vem registrando, em 2022, um aumento exponencial do número de pessoas infectadas pelo vírus.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem, 86 novos casos foram confirmados no intervalo de 24 horas. Esse número pode ser ainda maior, haja vista que o crescimento na procura por exames resultou na falta de kits de testes da Covid-19.

O FOLHA DO SUL ON LINE entrou em contato com alguns laboratórios da cidade na última semana de janeiro e confirmou a escassez de kits para a realização dos exames. Alguns dos laboratórios consultados ainda têm material para testes sorológicos de anticorpos, que são feitos a partir de amostras de sangue. Mas, em nenhum deles havia disponíveis kits para a realização do teste RT-PCR em Swab combinado de nasofaringe. Esse teste, baseado na pesquisa do material genético do vírus (RNA), é considerado o exame laboratorial padrão-ouro para diagnóstico da infecção.

A representante de um dos laboratórios mais antigos e conceituados da cidade afirmou que há dias a unidade não está realizando exames para Covid-19 por falta de material. Ela revelou que há duas semanas comprou insumos de dois fornecedores diferentes, e pagou adiantado, mas até aquele momento não havia recebido o material. Ela disse ainda que a procura por exames segue em alta. “Todos os dias diversas pessoas ligam ou vêm até aqui para fazer o teste”, confirmou.

Na rede pública, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os testes RT-PCR em Swab combinado de nasofaringe continuam sendo realizados na Central de Atendimento à Covid. “Todo atendimento de síndromes respiratórias está sendo na Central”, confirmou a assessoria da Secretaria de Saúde, que confirmou também estar em fase de conclusão a compra de 4 mil testes covid.

Diante do risco de desabastecimento de insumos para testes de covid-19, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomenda, em nota técnica publicada na primeira quinzena de janeiro, a priorização de pacientes graves para a realização dos exames.

Pela escala proposta pela associação, devem ser testados primeiro os pacientes com maior gravidade de sintomas, casos de hospitalização e cirurgia, pessoas de grupos de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.