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    porto velho, sábado 17 de maio de 2025

Justiça aceita denúncia e torna réu assistente social acusado de matar adolescente em Ouro Preto

Réu será julgado por feminicídio, estupro, fraude processual qualificada e ocultação de cadáver.


G1

Publicada em: 04/05/2022 09:21:58 - Atualizado


RONDÔNIA - A Justiça de Rondônia aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e Ronaldo dos Santos Lira se tornou réu pela morte de Laryssa Victória. Ele será julgado por feminicídio, estupro, fraude processual qualificada e ocultação de cadáver.

Segundo a denúncia do MP-RO, o réu também deveria responder por armazenamento de pornografia envolvendo criança e adolescente. Os materiais foram encontrados nos aparelhos eletrônicos de Ronaldo, após a quebra de sigilo autorizada pela Justiça durante a investigação do caso.

Porém, o juiz, Carlos Roberto Rosa Burck, considerou que o crime citado não tem conexão objetiva com a morte de Laryssa e não pode ser considerada na mesma denúncia "sem prejuízo da oferta de nova denúncia em feito distinto".

Ronaldo está preso preventivamente desde o dia 21 de março e deve permanecer até 20 de junho, quando a prisão poderá ser reavaliada.

Ao g1, a defesa informou que além de pedir que seja excluído todo o material relacionado a pornografia, pois "se trata de outro processo sem relação com o homicídio" de Laryssa, também deve pedir o incidente de insanidade mental, para avaliar a integridade mental do acusado.

Confissão

Segundo a Polícia Civil, Ronaldo confessou no interrogatório que matou Laryssa Victória pelo "desejo de matar" que tinha desde a infância. Ele teria usado a bolsa da própria vítima para tentar um estrangulamento, depois a esfaqueou no pescoço e "assistiu ela sangrar".

O laudo tanatoscópico confirma que Laryssa morreu de "hemorragia externa por instrumento pérfuro-inciso", ou seja, sangrou até a morte. Ele narrou no interrogatório que enquanto ela morria ele ria de prazer.

"Os fatos que ele narrou do seu interrogatório sobre a morte da Laryssa são indescritíveis, uma crueldade. Ele torturou aquela adolescente que sangrou até morrer”, aponta o delegado responsável pelo caso.

Entenda o caso

O corpo de Laryssa Victória, de 17 anos, foi encontrado no dia 20 de março em uma cova no quintal da casa de Ronaldo dos Santos Lira, que é assistente social em Ouro Preto. Ele foi preso em flagrante.

A suspeita é que Ronaldo matou a vítima usando um objeto perfurocortante e depois a enterrou na cova. O delegado Niki Locatelli afirma ter encontrado possíveis vestígios de alterações na cena do crime.

A menina estava desaparecida há dois dias. Ela saiu na noite da sexta-feira (18) para se encontrar com amigas, mas não voltou para casa. O pai da adolescente relata que procurou ela durante a madrugada e também no dia seguinte, mas não encontrou.

A polícia começou a investigar o desaparecimento e encontrou imagens de câmeras de segurança mostrando a jovem na companhia de um homem, de 36 anos, identificado como Ronaldo dos Santos Lira.

O vídeo abaixo mostra o momento em que a adolescente caminha pela avenida Daniel Comboni, com Ronaldo e outra pessoa que não teve a identidade revelada pela polícia. Em determinado momento, a pessoa se separa deles e o suspeito segue o caminho sozinho com a vítima.

Novas imagens mostram Laryssa andando com o suspeito antes de ser morta

Essas outras imagens mostram a vítima cambaleando e quase caindo, sendo puxada pelo suspeito por ruas do bairro Colina Park. Uma das linhas de investigação tenta descobrir se a adolescente foi drogada.

Jovem sendo puxada por suspeito

Ao redor da casa do suspeito não há muros. Os investigadores, em visita ao local, notaram que parte da terra do quintal estava mexida e do lado de fora da casa havia um colchão queimado.

"Essa terra fofa, mexida recentemente, chamou a atenção dos investigadores, onde suspeitaram que no local poderia estar o corpo da adolescente. Diante dessa suspeita, dei a ordem para entrar e escavar a terra mexida. A gente localizou o corpo ali", relatou o delegado.

Investigações

O MP-RO recebeu o inquérito do caso e apresentou a denúncia na Justiça em abril. O documento aponta que Ronaldo teria matado a vítima por motivo fútil, utilizando meio cruel e recurso que dificultou sua defesa, já que ela foi espancada e atacada com 31 golpes de faca nas regiões do pescoço e cabeça enquanto dormia.

O laudo tanatoscópico confirma que Laryssa morreu de hemorragia externa por instrumento pérfuro-inciso, ou seja, sangrou até a morte. O réu narrou em interrogatório que enquanto a vítima morria ele ria de prazer.

O inquérito também aponta que a perícia revelou a presença de vários materiais de pornografia infantil em aparelhos eletrônicos de Ronaldo dos Santos Lira.


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