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porto velho, sábado 22 de fevereiro de 2025
BRASIL - O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ameaçou revogar o acordo de delação premiada e decretar a prisão do tenente-coronel Mauro Cid caso ele mantivesse omissões em seu depoimento.
O momento ocorreu em audiência realizada em 21 de novembro de 2024, quando o ministro advertiu que aquela seria a "última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo".
O vídeo da sessão foi divulgado nesta quinta-feira, 20, por decisão do próprio Moraes.
Na imagens, o ministro relata que a Polícia Federal informou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro estaria omitindo informações sobre investigações que envolviam uma trama golpista e possíveis monitoramentos contra autoridades, incluindo o próprio relator.
Diante disso, o ministro reforçou os termos do acordo e alertou Cid sobre as consequências de sua postura.
"É importante, e exatamente por isso, é a fim de possibilitar uma reflexão maior do colaborador com seus advogados, para que esclareçam omissões, contradições na sua colaboração, sob pena não só da decretação de prisão, como também da cessação e consequente rescisão da colaboração, e eventual rescisão englobará, inclusive, a continuidade das investigações e responsabilização do pai do investigado, de sua esposa e de sua filha maior."
O ministro também destacou que a delação não pode ser usada seletivamente para proteger alguns e prejudicar outros.
"Aqui, o colaborador, ele dá os fatos, quem analisa quem será processado ou não é o Ministério Público, é o procurador-geral da República, e quem analisa após a denúncia, eventual denúncia, da Procuradoria-Geral da República, se haverá culpabilidade ou não, é o Supremo Tribunal Federal, não é o colaborador que desde o início analisa ah, esse não fez nada não."
Moraes então reforçou a gravidade da situação.
"Eu quero fatos, por isso que eu marquei essa audiência, eu diria que é a última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo".
Após a advertência, Mauro Cid mudou sua versão dos fatos e manteve a delação premiada, que serviu de base para a denúncia apresentada contra Bolsonaro e outras 33 pessoas pela Procuradoria-Geral da República.
Veja o momento: