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porto velho, domingo 9 de fevereiro de 2025
MUNDO: A situação política no Níger escalou para o risco de um conflito internacional envolvendo os países vizinhos. Com o novo foco de tensão, um grupo formado por oito brasileiros deixou o país e chegou nesta sexta-feira (04) a Paris, com o apoio do governo francês.
A França iniciou nesta semana a operação de evacuação de seus cidadãos e também de estrangeiros no Níger, que vive momentos de tensão política desde o último dia 26, quando um grupo de militares depôs o presidente Mohamed Bazoum do poder. Os oito brasileiros integravam o grupo de estrangeiros que recebeu amparo francês para deixar o território nigerense e foram recebidos por funcionários do Consulado-Geral do Brasil ao aterrissar em Paris.
De acordo com o Itamaraty, outros nove brasileiros optaram por permanecer no país. Eles mantêm contato com a Embaixada do Brasil em Cotonou, no Benin.
Bazoum está mantido sob poder da Guarda Presidencial no palácio de governo. Desde então, o país vem sendo conduzido por uma junta militar, chefiada pelo general Abdourahamane Tiani. Ainda na semana passada, eles anunciaram a consolidação do golpe, declarando extinta a constituição vigente e várias instituições do país.
Desde então, a junta militar vem sofrendo forte pressão internacional para abdicar do golpe e reconduzir Bazoum ao poder. Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira que suspendeu alguns programas de assistência ao Níger. Em comunicado, o secretário de estado Antony Blinken garantiu que essas sanções não afetam a ajuda humanitária à população, que será mantida.
“Continuamos comprometidos em apoiar o povo do Níger para ajudá-lo a preservar sua democracia duramente conquistada e reiteramos nosso apelo à restauração imediata do governo democraticamente eleito do Níger”, diz a nota da Secretaria de Estado.
Mais duro é o posicionamento das nações vizinhas. Esta semana, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) decretou um ultimato para a recondução do presidente Mohamed Bazoum ao poder e informou que se a determinação não for cumprida até domingo haverá uma incursão militar ao Níger com tropas dos países membros.
Uma delegação chefiada pela Nigéria foi designada para realizar negociações com a junta militar do Níger. O grupo chegou à capital Niamei na quinta-feira, mas ainda não houve um informe oficial sobre o resultado das consultas.