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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
Da mesma forma súbita e inesperada como havia apresentado sua renúncia, na semana passada, o senador reeleito mais votado da Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe, 66, anunciou na manhã desta quarta-feira (1º) que não abrirá mão de seu posto no Congresso.
Uribe havia sido acusado pela Justiça colombiana de pagar propinas para convencer um paramilitar preso, Juan Guillermo Monsalve, para que declarasse contra o senador Iván Cepeda, seu principal rival no Congresso, que vinha revelando outros supostos delitos do ex-presidente.
Essas propinas teriam sido pagas a intermediários, entre eles um congressista do partido de Uribe, o Centro Democrático, e advogados, cujos nomes não foram revelados.
Em sua renúncia, Uribe dizia que não podia assumir sem deixar esse caso claro. O problema é que, ao faze-lo, o ex-presidente perderia o foro privilegiado, o que o exporia a ter de responder a outras denúncias, de corrupção e de abusos de direitos humanos que já estão abertas contra ele, porém congeladas por conta de seu escudo parlamentar.
Na manhã desta quarta-feira, Uribe deu um novo giro em seu roteiro rocambolesco por meio de uma mensagem nas redes sociais. "Por razões de honra nunca esteve em minha mente que a Corte Suprema deixe de conhecer o caso para o qual me chamam para declarar".
Depois, enviou ao Congresso um pedido de que "não considere minha carta de renúncia". Assim, poderá ocupar o cargo e até mesmo ser escolhido por seu partido como líder da bancada.
A notícia de sua renúncia havia alarmado seus seguidores e também ao presidente eleito, Iván Duque, que contava com seu apoio no Parlamento para tocar as reformas que têm em mente.
Cepeda disse que a movimentação de Uribe foi feita para ludibriar os colombianos e criar um desvio de atenção com relação às outras denúncias, mais graves, contra ele, e que sua renúncia não era para valer desde o princípio. Uribe negou essa estratégia de tentar vitimizar-se diante da população. Com informações da Folhapress.