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porto velho, domingo 18 de maio de 2025
MUNDO: A Polícia Federal prendeu, na tarde de sexta-feira, 16, o brasileiro Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta e apontado como substituto de Marcola no comando da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com apoio de agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia.
As primeiras diligências indicavam que ele poderia ser um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado a uma organização criminosa. Posteriormente, o jornal Folha de S. Paulo confirmou se tratar de Tuta.
"Há indícios de que o preso tenha sido recentemente condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão. Além disso, ele possivelmente consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que motivou a intensificação dos esforços para sua localização e captura", afirma outro trecho da nota da PF.
Tuta permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão ou extradição ao Brasil.
Operação Sharks
Tuta é apontado como substituto de Marcola a partir de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que, em 2020, deflagrou a Operação Sharks. O suspeito era o principal alvo da operação, mas não foi encontrado na ocasião.
A operação do MP-SP, em conjunto com a Polícia Militar, mirou a nova cúpula da facção, que se formou após a transferência das principais lideranças do PCC para presídios federais, em fevereiro de 2019, de acordo com a promotoria. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão: dois deles foram cumpridos, um alvo morreu em suposto confronto com a PM e nove investigados seguem foragidos. Também houve outras duas prisões em flagrante.
Tuta estava foragido desde então. Segundo a promotoria, ele faz parte da chamada "Sintonia Final da Rua", a principal da cadeia de comando do PCC fora dos presídios, e é tratado como o sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, historicamente a maior liderança da facção.
A apuração do MP-SP teve início em 2019 e mirou um total de 21 suspeitos de integrar a cúpula do PCC. Oito deles, no entanto, foram presos durante o curso da investigação e outro morreu de causa natural. Os 12 restantes é que se tornaram alvo da operação Sharks.