Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 1 de julho de 2025
MUNDO: O embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir-Saeid Iravani, alegou que o enriquecimento nuclear do país “nunca vai parar”, pois é permitido para fins de “energia pacífica” pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. A declaração foi feita nesse domingo (29/6), dias após o cessar-fogo com Israel.
De acordo com Iravani, o enriquecimento nuclear é um direito do Irã.
“O enriquecimento é nosso direito, um direito inalienável, e queremos implementar esse direito”, contou o embaixador à CBS News.
“[Teerã está] pronta para a negociação, mas, depois dessa agressão, não é uma condição adequada para uma nova rodada de negociações, e não há nenhum pedido de negociação e reunião com o presidente”, relata Iravani.
O embaixador também relatou que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão atualmente no Irã, mas não têm acesso às instalações nucleares do país. Ele negou que haja qualquer ameaça, por parte do governo iraniano, à segurança do diretor-geral da agência, Rafael Grossi, ou dos inspetores.
Ao citar os Estados Unidos, Iravani alegou que “estão ditando a política em relação a nós. Se eles estiverem prontos para negociar, nos encontrarão prontos para isso. Mas se quiserem nos ditar, é impossível qualquer negociação com eles”.
Play VideoAs declarações do embaixador ocorrem em um momento em que os Estados Unidos e outros países pressionam o Irã a retomar as negociações sobre o programa nuclear
Iravani acrescentou que o Irã poderá, em questão de meses, voltar a produzir urânio enriquecido após os ataques.
A AIEA, órgão nuclear das Nações Unidas (ONU), informou que ainda não recebeu comunicação oficial do Irã sobre a decisão do Parlamento e do Conselho dos Guardiões da Revolução Islâmica de suspender totalmente a cooperação com a entidade.
A medida, segundo autoridades iranianas, foi aprovada após os bombardeios de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares do país persa.
Em resposta à possibilidade de o Irã recusar o acesso dos inspetores da AIEA, o diretor da agência Rafael Mariano Grossi explica que a presença dela no Irã não é um gesto de generosidade, mas “uma responsabilidade internacional”.