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    porto velho, sexta-feira 12 de dezembro de 2025

Lula faz ligação secreta para o ditador Nicolás Maduro após ação dos EUA no Caribe

Presidentes se falaram por cerca de 15 minutos na terça-feira da semana passada


cnn

Publicada em: 11/12/2025 16:59:42 - Atualizado


MUNDO: Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Nicolás Maduro se falaram por telefone, na terça-feira da semana passada (2), durante cerca de 15 minutos.

A ligação, mantida em sigilo nos últimos dias, foi confirmada à CNN por fontes do Palácio do Planalto. Lula expressou preocupação com as ações dos Estados Unidos no Caribe e pediu uma avaliação de Maduro sobre os movimentos americanos

    Foi a primeira conversa entre os presidentes em mais de um ano. Desde o agravamento da crise política na Venezuela, provocado pela fraude nas eleições de 2024, as relações diplomáticas entre os dois países esfriaram.

    Auxiliares de Lula afirmam que o contato da semana passada foi "bastante cordial" e uma espécie de "quebra-gelo".

    Lula não chegou a se oferecer como mediador com a Casa Branca. Em conversas recentes com Donald Trump, ele chegou a sinalizar com essa possibilidade.

    No telefonema para Maduro, entretanto, a hipótese de atuação como intermediador não foi mencionada.

    Segundo assessores presidenciais, a sucessão de discordâncias no passado recente - o bloqueio do Brasil à entrada da Venezuela no Brics e o esfriamento pós-fraude eleitoral - afastou os dois. Por isso, a necessidade do "quebra-gelo" antes de qualquer aprofundamento.

    As explicações do ditador venezuelano se limitaram, segundo essas fontes, a uma reprodução do que ele e o governo em Caracas já têm declarado publicamente.

    Para Lula, Maduro rejeitou a acusação de que é líder de um cartel e afirmou ser "absurda" a ideia de que as drogas consumidas nos Estados Unidos partem da Venezuela.

    Na visão do Planalto e do Itamaraty, a Casa Branca vinha apostando em defecções militares e uma fissura interna capaz de abalar a continuidade de Maduro na presidência, mas não há sinais de ruptura.

    Hoje, a possibilidade vista como mais provável pelo governo brasileiro é de um ataque pontual e cirúrgico dos Estados Unidos contra algum alvo na Venezuela relacionado ao tráfico de drogas, mas a invasão de tropas americanas.


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