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porto velho, domingo 22 de setembro de 2024
Brasília - Eleições americanas colocaram presidente brasileiro em posição estratégica no mundo. Avaliando cenários possíveis em eventual vitória de Trump, o Brasil caminharia a passos largos para um acordo de livre comércio inédito. No entanto em caso de Biden vencer as eleições, Bolsonaro se tornaria o maior governante de extrema direita no mundo. E seria alvo de novas invertidas econômicas de China e Índia.
Cenário 1 – Biden ignora Bolsonaro, que busca laços com a China e Índia: em nome da sobrevivência de seu governo num cenário em que Washington e Bruxelas flertam com a imposição de sanções contra Brasília, Bolsonaro vira o melhor amigo de Xi Jinping e dá continuidade à aproximação iniciada no começo deste ano com Modi, tudo em busca de capital para tirar a economia brasileira do buraco e saciar a sanha do Centrão por recursos.
Cenário 2 - Biden abre-se a Bolsonaro, que segue firme na agenda anti-China, depois de alguns meses, percebendo que Bolsonaro pode cair no colo da China, Biden ensaia já uma reaproximação com o melhor amigo de Trump. Sem ter que prestar lealdade canina ao novo mandatário americano, o presidente brasileiro aprende que há algo chamado barganha e, assim, exige concessões de Washington para não se aliar a Pequim. Ponto para o Brasil, que pode ganhar tempo com o gigante asiático e ensaiar a manutenção de um jogo duplo benéfico para nós no contexto da Nova Guerra Fria, entre China e EUA. Bolsonaro vira um novo Vargas, que, nos anos 1930 e 1940, jogou no limite com Roosevelt e Hitler, até se juntar aos aliados na Segunda Guerra, em 1942.
Cenário 3 – Trump mantém-se no poder, o Brasil se beneficiaria de uma maior abertura dos EUA a produtos brasileiros. Hoje os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China.