MUNDO: A cidade de Miami, nos Estados Unidos, estendeu seu estado de emergência até abril devido à incontrolável multidão de turistas que comemoram o que entendem como o fim da pandemia nos Estados Unidos em uma festa caótica que já deixou 1.000 presos.

No domingo (21), os comissários autorizaram o administrador interino Raúl Aguila a estender a emergência até 13 de abril, quando terminam as férias de primavera, que todos os anos atrai milhares de estudantes a esta pequena ilha ao largo de Miami, no sul da Flórida.

"O administrador tem autoridade para estender o estado de emergência, se necessário, até 13 de abril", afirmou uma porta-voz da cidade à AFP na segunda-feira.

Todos os anos as multidões são problemáticas, mas desta vez parece ser muito maior do que o normal, algo que o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber, atribui ao fato de os turistas que buscam fugir das restrições impostas pela pandemia não têm muitas outras opções.

"Há poucos lugares abertos no resto do país, ou são muito frios, ou estão fechados e também são muito frios", disse Gelber no sábado (20).

Ele também especulou que os preços dos hotéis e passagens aéreas, ambos reduzidos pela pandemia, e o fato de muitos virem de carro de estados vizinhos, contribuíram para esse caos.

Vídeos e fotos nas redes sociais mostram mulheres seminuas se mexendo no teto dos carros, homens oferecendo maços de notas e uma multidão de turistas amontoados lado a lado, dançando em carros, passando garrafas de mão em mão; além de debandadas, brigas, tiros para o alto e encontros com policiais.

Desde 3 de fevereiro, 80 armas foram confiscadas e 1.000 prisões foram feitas, 350 delas por crimes graves, indica o decreto da cidade.

Por isso, no sábado, Águila impôs toque de recolher noturno nas ruas mais turísticas de South Beach, epicentro da festa em Miami, e ordenou o fechamento das três pontes que ligam a ilha a cidade das 10h às 6h de manhã.

Essas medidas, que valem de quinta a segunda-feira, não são fáceis de implementar. Nas noites de sábado e domingo, foram vistas imagens de dezenas de carros da polícia tentando desalojar multidões de foliões, às vezes disparando spray de pimenta.

Enquanto isso, as pontes — às quais apenas moradores, trabalhadores e hóspedes do hotel têm acesso à noite — registravam filas infinitas devido à lentidão dos controles e alguns vizinhos demoravam horas para percorrer um trecho de 10 minutos.

A ilha de apenas 92 mil habitantes atrai 200 mil visitantes e trabalhadores todos os dias, afirmou o prefeito na semana passada.