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Índia passa o Brasil e se torna epicentro da Covid-19 no mundo

País registrou 14% de todos os óbitos e 35% dos novos infectados do mundo nas últimas 24 h.


g1

Publicada em: 21/04/2021 11:20:02 - Atualizado

MUNDO: A Índia registrou nesta quarta-feira (21) o seu pior dia da pandemia, com recorde de mortes e casos confirmados de Covid-19: foram mais de 2 mil óbitos e quase 300 mil infectados nas últimas 24 horas.

O segundo país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, sofre com uma nova variante, que fez explodir o número de casos, e o sistema de saúde está começando a entrar em colapso.

O governo se recusa a adotar um lockdown nacional, mesmo com hospitais lotados e a falta de leitos, de remédios e de oxigênio. E cemitérios e crematórios não conseguem atender à quantidade de mortos, que é superior aos números oficiais de vítimas do vírus.

Nesta quarta-feira (21), ao menos 22 pacientes morreram em um hospital na cidade de Nashik, em Maharashtra, após uma interrupção no fornecimento de oxigênio. O estado onde fica a "capital financeira" Mumbai é o mais afetado do país.

"Os pacientes que usavam ventiladores no hospital em Nashik morreram", confirmou o ministro da Saúde da região, Rajesh Tope, que culpou um vazamento no tanque de fornecimento de oxigênio pelas mortes.

Arvind Kejriwal, primeiro-ministro da Nova Délhi, alertou na noite de terça-feira (20) que alguns hospitais da capital indiana têm "apenas algumas horas de oxigênio".

Um hospital recebeu suprimento de oxigênio pouco antes de ficar sem estoque para seus 500 pacientes. "Quase perdemos as esperanças", disse um médico sob condição de anonimato ao "India Today". "Todos nós estávamos em lágrimas quando vimos o navio-tanque de oxigênio chegar".

O ministro da Saúde da cidade, Satyendar Jain, fez um apelo ao governo federal para que "restabeleça a cadeira de fornecimento de oxigênio para evitar uma crise maior".

Governo 'baixou a guarda'

"A demanda de oxigênio aumentou", alertou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em um discurso transmitido pela televisão na noite de ontem. "Estamos trabalhando com rapidez e sensibilidade para garantir oxigênio a todos que precisam. Todos estão trabalhando juntos".

Foi o primeiro discurso de Modi desde a explosão da segunda onda de contágios no país. Ele tem se recusado a adotar um lockdown nacional e pediu à população um esforço maior para enfrentar o novo coronavírus.

"A situação estava sob controle há algumas semanas e a segunda onda veio como um furacão", afirmou o premiê, que enfrenta críticas por ter "baixado a guarda" e permitido festivais religiosos e comícios políticos quando as infecções diminuíram.

No final de janeiro e no começo de fevereiro, estava registrando menos de 10 mil novos casos e cerca de 100 óbitos por dia. No início de março, o ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, chegou a declarar que o país estava na "fase final" da pandemia.


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