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Venezuelano pedala do Alasca até Roraima para arrecadar fundos para instituição

Rómulo Pizzica, de 56 anos, já conheceu os seis continentes e mais de 50 países apenas com sua bicicleta.


g1

Publicada em: 25/10/2021 10:07:37 - Atualizado

"Vivo pedalando como um nômade no deserto e minha bicicleta é meu camelo", relata o ciclista venezuelano Rómulo Pizzica, de 56 anos, que viajou do Alasca, nos Estados Unidos, até Roraima apenas com sua bicicleta para arrecadar fundos para a fundação "Aldeas Infantiles SOS Venezuela" que ajuda crianças no país.

Rómulo, que chegou em Boa Vista no sábado (23), viaja há 20 anos com a bicicleta, sua inseparável companheira, e já percorreu todos os seis continentes do mundo. Ao todo, foram mais de 50 países. Seu destino agora é a Patagônia Argentina.

"Cheguei no Alasca em 2015, mas fiquei um bom tempo lá. Passei pelo Canadá, fui até Vancouver. Percorri toda a Costa Oeste dos Estados Unidos, por toda a Califórnia, Oregon, Washington. Na Califórnia eu passei um tempo trabalhando, conhecendo, fiz amigos. Depois de um tempo, decidi ir para a Venezuela, pois minha mãe mora lá. Fui visitá-la e começou a pandemia da Covid-19 que atrasou bastante minha viagem. Agora que consegui chegar até o Brasil, quero seguir até o extremo sul da América".

A campanha de Rómulo começou quando ele saiu de Caracas, na Venezuela, e tem por objetivo estimular as pessoas a doarem um dólar para cada quilômetro percorrido em sua bicicleta. De acordo com o ciclista, foram cerca de 1.200 km da capital venezuelana até Boa Vista.

"A fundação 'Aldeas Infantiles SOS' está em todo mundo, em mais 140 países, mas estou fazendo essa campanha para ajudar a Venezuela, que passa por uma crise. Nesse meu projeto, a proposta é que as pessoas doem um dólar por cada quilometro que eu percorro com a bicicleta. Em todo esse tempo, tem arrecadado mais de US$ 800", relata.

Entre as dificuldades enfrentadas por Rómulo, a pandemia da Covid-19 - que resultou no fechamento das fronteiras no Brasil -, a xenofobia dos brasileiros com venezuelanos e as condições da estrada que liga Pacaraima, município ao Norte de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, à Boa Vista, foram as que mais atrapalharam a viagem.

"Claro que passei por muitas dificuldades, uma delas foi passar na fronteira da Venezuela com o Brasil, a situação está muito difícil, uma crise mesmo, muita gente migrando, as coisas estão muito ruins. Tem a questão dos brasileiros rejeitarem os venezuelanos. A estrada de Pacaraima até aqui, que está em péssimo estado, isso fez com que eu pedalasse mais devagar. De Pacaraima até Boa Vista são 200 km e eu calculei três dias, mas eu acabei fazendo o trajeto em cinco. A estrada está quase destruída".


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