MUNDO - O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta sexta-feira (19) à Rússia que não desconecte a usina nuclear de Zaporizhzhia da rede de energia elétrica ucraniana, em um momento em que Moscou e Kiev trocam acusações sobre bombardeios à central.

"Obviamente, a eletricidade de Zaporizhzhia é energia elétrica ucraniana... Esse princípio deve ser plenamente respeitado", afirmou Guterres durante uma visita ao porto de Odessa, no sul da Ucrânia.

A Energoatom, operadora das centrais ucranianas, expressou o temor de que Moscou desconecte a central da rede.

A usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, foi tomada pelas tropas russas pouco depois do início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

A Ucrânia também acusa a Rússia de usar a usina como base para realizar ataques a áreas controladas por Kiev.

Secretário-geral da ONU na Ucrânia

Durante o primeiro dia da visita à Ucrânia, na quinta-feira (18), Guterres se reuniu com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski e com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que ajudou a mediar o acordo para permitir a retomada das exportações de grãos pela Ucrânia.

O secretário-geral da ONU afirmou que a instituição deseja intensificar as operações previstas no pacto antes do início do inverno.

Guterres visita nesta sexta-feira a cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, depois de afirmar que espera uma "intensificação" do acordo entre Rússia e Ucrânia para exportar grãos e mitigar a crise mundial de alimentos.

O acordo, o único pacto significativo entre Moscou e Kiev desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, em fevereiro, permitiu a saída de 25 navios com quase 600.000 toneladas de produtos agrícolas de três portos ucranianos desde o início de agosto.