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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Jorge Alejandro Delhon, um funcionário de uma empresa acusado de corrupção por Alejandro Burzaco, executivo envolvido em casos de propinas envolvendo o futebol sul-americano, foi encontrado morto na noite desta terça-feira na Argentina. A polícia local fala em suicídio. Citado na delação do empresário na audiência ocorrida durante o dia no Tribunal Federal do Brooklyn, Jorge Alejandro Delhon teria se atirado à frente de um trem na cidade de Lanús.
Advogado de 52 anos, Delhon foi acusado por Burzaco de, juntamente com Julio Grondona (ex-presidente da AFA) e Pablo Paladino (Coordenador de Futebol), receber propinas, assim como outros altos executivos de Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Delhon trabalhou na Chefia de Gabinete do governo de Cristina Kirchner de 2012 a 2015 e era um dos dirigentes do “Fútbol para Todos”, programa criado pelo governo argentino que garantiu a transmissão das partidas dos clubes argentinos da Primeira Divisão, finais da Libertadores e Sul-Americana e da Série B do país. Ele era amigo de Pablo Paladino, coordenador geral do "Fútbol para Todos". Delhon foi acusado por Alejandro Burzaco por, ao lado de Paladino, cobrar propinas de até 4 milhões de dólares entre 2011 e 2014.
Segundo o “Clarín”, Jorge Delhon também era amigo de Carlos Rivera, dono de uma empresa financeira chamada Alhec, que descontava os cheques dados pela AFA aos clubes. De acordo com o jornal, as operações normalmente eram feitas em troca de altas comissões.
Ainda segundo informações do jornal "Clarín", fontes policiais confirmaram o suicídio, relatando que Jorge Alejandro Delhon se atirou à frente da formação de número 3251 que ia em direção a Ezeiza, onde fica o Aeroporto Internacional de Buenos Aires.
Delhon foi citado em um depoimento que envolveu vários nomes de dirigentes e grupos de mídia. O delator Alejandro Burzaco, ex-executivo da empresa Torneos y Competencias, disse que pagou a altos executivos da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) - entre eles dois ex-presidentes da CBF (José Maria Marin e Ricardo Teixeira) e o atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
Burzaco disse também que fez parcerias com outras empresas de mídia e que quase todas pagaram propina para cartolas - citando a TV Globo, a Media Pro (Espanha), a Fox Sports (EUA) e a Televisa (Mexico) e duas empresas de intermediação - a Traffic (brasileira) e a Full Play (argentina). O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina.
O depoimento foi dado no processo em que Marin - que está em prisão domiciliar nos EUA desde 2015 - está sendo julgado ao lado de Juan Ángel Napout (ex-presidente da Conmebol e da federação paraguaia) e Manuel Burga (ex-presidente da federação peruana).