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porto velho, quinta-feira 12 de junho de 2025
BRASIL - O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres chegou à sede da Polícia Federal, na tarde desta segunda-feira (8), para depor no inquérito que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 (relembre abaixo).
Escoltado, ele deixou o Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde está preso desde janeiro. Torres está detido devido a outra investigação, por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram depredadas.
A PF pretendia ouvir o ex-ministro no dia 24 de abril, mas o depoimento foi adiado para esta segunda a pedido da defesa de Torres, que alegou "piora" no estado de saúde dele. Segundo os advogados, o ex-ministro pretende responder aos questionamentos dos investigadores.
A defesa ainda tenta reverter a prisão preventiva do ex-ministro. Em recurso, alega que já não estão presentes as justificativas previstas em lei para manter a decisão.
Atuação da PRF
PF abre investigação contra diretor-geral da PRF por atuação nas eleições
No depoimento, Anderson Torres deve prestar esclarecimentos sobre a atuação da PRF nas eleições do ano passado, principalmente no segundo turno. Há suspeita de que a corporação tenha agido para dificultar o acesso de eleitores às urnas, principalmente no Nordeste.
Um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições de 2022.
À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado por Torres. Atual ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que os dados apresentados pela PRF apontam ao menos três "anomalias" na corporação durante as eleições de 2022: