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porto velho, sábado 7 de junho de 2025
BRASIL - O coronel do Exército Jean Lawand Júnior disse que foi "infeliz" e que se arrepende de ter enviado mensagens ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. O militar depõe na CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (27). Ele é citado em investigação da Polícia Federal por supostamente ter pedido a Cid que convencesse o ex-presidente a dar ordens de golpe de Estado após o resultado das eleições do ano passado.
"Esta colocação minha, eu fui muito infeliz. Sou um simples coronel conversando num grupo de WhatsApp com um amigo. Não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do alto comando. Então, fui infeliz, me arrependo. Quero pedir desculpas ao Exército e ao povo brasileiro", afirmou Lawand.
Ele foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a ficar em silêncio; no entanto, decidiu responder às perguntas dos parlamentares.
Ao explicar a mensagem trocada com Cid, Lawand disse que em nenhum momento falou a palavra "golpe". "Em nenhum momento eu quis atentar contra a democracia, em nenhum momento eu escrevi golpe. A mensagem escrita golpe não é minha. O que eu quis dizer foi a 'ordem' para que o presidente da República apaziguasse o país", justificou.
Ele afirmou que a intenção era "evitar uma convulsão social" ao fazer com que Cid "entendesse" que uma manifestação de Bolsonaro faria com que os manifestantes acampados em frente aos quartéis-generais do Exército voltassem para casa.
No material encontrado no celular de Cid, Lawand pede "pelo amor de Deus" ao ajudante de ordens do ex-presidente que faça "alguma coisa" após a derrota no segundo turno da eleição.